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Êxodo

A base do esporte no Brasil vive em expansão. Minto. Vive em expulsão. Os atletas jovens são expulsos do país pela falta de estrutura dos clubes e das organizações que comandam o esporte. O basquete feminino inexiste, em função do grande número de atletas de ponta que vivem do basquete europeu e da WNBA. Cada vez mais jovens talentos vão terminar a formação de base no exterior, nesse caso na Europa ou no basquete universitário — nosso trabalho, nossa obrigação.
Infelizmente esse processo se reflete internamente, nos diferentes estados brasileiros. O centro do basquete é São Paulo e todos querem estar por lá. Não há política nos estados que desenvolva o basquete regionalmente e crie mecanismos que evitem esse sistema de transferência para um centro praticamente formado por seleções do que há de melhor no basquete brasileiro. 

Nesse processo, sobram os atletas que por diversos motivos ficaram em seus estados e o basquete é, por característica própria, praticado por grupos privilegiados economicamente ou com boa base familiar, em sua grande maioria. Sendo assim, os diferentes encaminhamentos da vida (estágios, pré-vestibulares, intercâmbios internacionais, faculdade, etc.) sobrepõem o desejo de jogar basquete por mais tempo e os campeonatos terminam com jovens de 18 anos e quase inexistência de equipes adultas que, para mim, ainda são o exemplo para os jovens e jogos mais disputados que auxiliam no tempo de aprendizagem dos moleques.
Infelizmente esse processo não é mais uma experiência absorvida pela informação circulante ou pelo relato de atletas. Vivo ele diariamente, sinto na pele a falta de estrutura do basquete brasileiro, tanto na falta de apoio/financiamento para a manutenção de equipes de base como no êxodo de atletas de minha equipe e família, caso de meu filho mais velho que joga em Minas Gerais. esteve no G. N. União (Porto Alegre) em 2005, onde foi vice-campeão gaúcho, jogou no PBC em 2006, quando foi quarto cestinha no estadual e segunda maior média do estadual de 2006 e hoje joga em Uberlândia. Outro exemplo Pelotas é Douglas Kurtz, 20 anos, 2,12m, 121 Kg, ex-atleta do Grêmio Náutico União, do Pelotas Basketball Clube e do Joinville Esporte Clube e de seleções gaúchas de base. No dia dia 21/8 parte atrás de seu sonho: vai jogar no basquete americano, primeiramente em uma Junior College (JUCO) e depois, quiçá, em um College (universidade). Já temos nos Estados Unidos Beno Jaeckel (ex-atleta da SOGIPA) e que passa para College a partir de setembro.
Eles servem de exemplo para os talentos que, no RS, levantam vôo cada vez mais cedo em busca de mais basquete, de oportunidades melhores e se submetem a terminar a formação de base longe de casa, colocando em risco a formação do homem, responsabilidade de nós, os pais — só confiança nos adolescentes não é suficiente na educação dos filhos; é preciso presença, correção, diálogo fraterno e firmeza no direcionamento correto dos futuros cidadãos. Confiamos que tenhamos feito tudo isso muito bem até o momento que os autorizamos a serem responsáveis por seus destinos e os deixamos partir em busca de seus sonhos.
Mas nenhum exemplo pode ser maior do que o jovem Pato, jogador de futebol do Inter, “vendido” ao futebol italiano. Muito novo saiu de sua cidade e veio para o inter e de lá para a Europa, antes dos 18 anos. É um talento? Claro, mas teve que abandonar sua cidade natal e agora o Brasil, repito, com 17 anos. Quantos ficam em suas cidades e não recebem a oportunidade de crescer e transformarem-se em profissionais no esporte que gostam de praticar? Milhares...
Enfim, o papo é longo, a temática parece outra, mas se a estrutura esportiva brasileira não fosse a falácia que é, estes jovens não precisariam sair de casa tão cedo. Portanto, precisamos de estrutura e políticas esportivas nas cidades, em conjunto com as federações estaduais, em prol do desenvolvimento do basquete e da formação de nossos cidadãos. Projetos que precisam ser competentemente elaborados e adequadamente desenvolvidos por pessoas comprometidas com a formação humana do atleta (leiam o exemplo de técnico responsável que dei no artigo Um mágico e um técnico formador de gente).
Foto: Yannick Chagas Soares (17 anos), Douglas Kurtz (20 anos) e Eduardo Rechsteiner (20 anos). Atletas que passaram pelo PBC e pelo G. N. União. Os dois primeiros dão prosseguimento em seus sonhos de mais basquete e o terceiro se dedica ao estudo da educação física com ênfase na preparação física esportiva pensando em permanecer no basquete depois de formado – este é exemplo da falta de oportunidades e da cobrança familiar para cursar universidade. Pivô pela altura quando jovem (ainda com 1,98m), marcou 25 pontos em sua última partida em campeonatos estaduais, jogando de ala de força.
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Comentários

Suzana Gutierrez disse…
Oi Alex

Sobre o rss:
No teu blog já tem rss. É padrão do blogger e tu podes configurar mais especificamente na aba Feed das configurações (definições) do blog.

O mais legal é permitir a distribuição integral (o teu já está assim).

Teu feed atualmente é:
http://maisbasquete.blogspot.com/feeds/posts/default

abraço!

Suzana

* este fim de semana foi muito legal para mim no basquete. Minhas equipes foram bem no JERGS e no Estudantil Paquetá :)

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