Eu não concordo com a omissão. Os jogos
são militares, a grana que os bancou é pública, sai do meu imposto também. Mas
isso é o de menor importância. Significativo mesmo foi a evolução do Brasil em
relação a primeira edição dos Jogos Militares (1995) e a edição de 2007:
3.800%.
O salto que o Brasil deu na
classificação geral fez com que ultrapassasse a China, país comunista, que vive
uma ditadura, logo com exército forte e com mais de 1 bilhão de habitantes, ou
seja, pelo menos 5 vezes mais que a nossa população.
O Brasil jogou dentro das regras? É
provável que sim, já que existe a figura do militar temporário no Brasil, mas
também só existe uma maneira de sê-lo: na idade do alistamento militar optar
pelo NPOR se tiver o ensino médio completo e matriculado ou cursando o ensino
superior ou ir para a tropa, ser reco, recruta e soldado em agosto. Uma vez lá,
o trabalho é ser destaque e galgar espaço, permanecer temporário por algum
período, como soldado ou como cabo ou sargento. Isso ajuda muita gente. Não há
dúvidas! Mas ajuda o esporte brasileiro essa nova metodologia?
O Brasil usou de expediente paralelo,
ou seja, abriu editais que não existiam (creio que passarão a ser permanentes)
para mostrar algo que não é: uma grande nação esportiva que até nas forças armadas
mantém atletas de altíssimo nível. Não somos isso.
As vezes eu percebo uma vontade
tremenda de atalhar, de tirar a parte ruim, esquecer do árduo trabalho
necessário em busca da efemeridade de partirmos direto para as vitórias, os
pódiuns, a auto-estima lá no alto, nas nuvens. Hein pessoal, não dá!
O resultado dos jogos militares são dos
talentos selecionados por editais e, no caso do basquete, só os atletas do
técnico da Seleção Militar nos últimos anos conquistaram tal espaço. Ninguém
mais se interessou por essa boquinha?
Já que cheguei no basquete, o que penso
é se se criamos os monstros? Temos que eliminá-los. Descuidamos da formação de
base? Temos de reiniciá-la. Há dificuldade com a credibilidade da modalidade?
Vamos trabalhar para desenvolver a modalidade e reconquistar a credibilidade.
Temos verbas públicas? Verbas olímpicas? Vamos aplicá-las na multiplicação
dos pães, ou seja, mais quadras, mais bolas, mais clubes trabalhando com o
basquete.
Patrocinador quer o nome vinculado com
a vitória. É isso que dá retorno de venda, de exposição. Mas aposto que não há
patrocinador que queira seu nome vinculado a fraude, a doping, a vitória
desleal...
E a primeira sensação que tenho é essa:
a vitória nos jogos militares foi falsa, forjada. Nenhum país muda tanto em
quatro anos. Será que seremos essa potência em quatro anos, ou seja, em 2015?
O que me segura nessa crítica é que as
forças armadas podem ser um caminho extra para o desenvolvimento do esporte,
mesmo que a custo do espaço competitivo dos militares de carreira e do fim das
competições militares no máximo nível possível entre unidades brasileiras. Um
movimento de décadas que mantém ativa fisicamente uma das forças militares mais
pacífica do mundo. Sim, temos competições onde os militares disputam jogos
em suas regiões, armas e chegam a nível nacional. Esses militares perderão o
espaço para contratados, assistirão "jogos militares" com atletas
profissionais representando o Brasil e as forças armadas por que estas estão
lhes proporcionando treinamento adequado, função que deveria ser do COB e das
confederações.
Portanto, de um lado temos o benefício
para o esporte, para os atletas do segundo escalão, e de outro os militares de
carreira que perderão sua expressão máxima de patriotismo-esporte e a própria expansão
da prática esportiva como referencial no país, pois será o esporte dos mesmos
reinando e a extensão das diversas manifestações esportivas eclodindo pelo
país.
É isso que me leva refletir sobre o
tema, sem deixar de reconhecer que venceram os jogos, mas pergunto: nossos
atletas profissionais-militares jogaram contra quem mesmo?
Comentários
Qaunto as Forças Armadas (FFAA), foi de papel de suma importância na implantação do Esporte no Brasil, atavés da Escola de Educação Física do Exército. Desde a primeira medalha olímpica obtida por GUILHERME PARAENSE, no Tiro, o Brasil vem, mesmo com extremas dificuldades evoluindo, até chegar ao momento atual, caracterizando , ainda conforme o artigo, uma supremacia sobre a China(ultapotência esportiva e paraesportiva mundial). Quanto à convocação extrordinária dos atletas, todos os países também tinham o direito em fazê-los, se não o fizerem é porque não quizeram ou ate mesmo porque avaliaram que suas potencialidades seriam suficientes para suplantar os demais países participantes. Ademais, não é a primeira vez que o Militarismo brasileiro utilizou-se destes recursos. Em edições anteriores, as FFAA já haviam utilizado também a convocação de atletas para reforço de suas equipes militares, principalmente nas décadas de 70 e 80.Enfim, parabéns às Autoridades Militares que, com o conhecimento ímpar que lhes é peculiar, procuraram desta forma conduzir o Brasil ao local mais alto da competição: O PÓDIUM número 1, o de verdadeiro Campeão. Parabens também a todos que, de maneira direta ou indireta contribuíram com suas horas de trabalho, sacrificando horas junto as suas famílias para coroar de êxito um espetáculo magnífico que chegou ao ponto de ser citado pela maior autoridade chinesa, quando da cerimônia de encerramento, que concluiu que muitas das atrações apresentadas poderiam ser copiadas para o próximo Mundial Militar. Parbéns também à Mídia falada, televisada e escrita que demonstraram uma alta habilidade, conhecimento profissional e ética nas transmissões, gravações individuais e, principalmente de CLIPS orientando a todos sobre o que eram as modalidades disputadas nesta competição. Finalizando, parbéns aos Brsileiros de todo nosso país que apoiaram com sua presença os eventos, pronmovendo um calor humano essencial ao desenvolvimento, que seja individual ou coletivo , dos atletas quando de sua participação.
É o meu simples depoimento. O de um militar reformada da Força Aérea Brasileira e Professor Universitário da Universidade Estácio de Sá. Prof MSc SERGIO CASTRO, mais um brasileiro orgulhoso de sua potência militar brasileira, com especial destaque à área Esportiva, torcendo que se façam também eventos desta magnitude com o Esporte Adaptado (paraatletas) que também participam de atividades paraolímpicas, uma vez que as FFAA detém umnúmero substancial de atletas com deficiência.
Prof MSc SERGIO CASTRO
Universidade Estacio de Sá - RJ