Triste a notícia sobre o Jhonatan Luz. Mais triste ainda a decisão do STJD do Basquete. Os atletas de Bauru cometem atos de violência contra seus colegas de profissão quando estes realizam drible e fintas e buscam a emocionante cravada/enterrada/dunk. Os fatos mostram isso. Busquem o jogo de Bauru x Joinville e olhem Maxwell Ribeiro. O atleta de Joinville foi agredido quando partia para a Dunk. O árbitro não deu nem falta antidesportiva no lance. Mas o resultado foi uma fratura no punho, perda dos demais jogos, cirurgia e o atleta ainda esta com o braço engessado. Agora, Jeff Agba agride Jhonathan Luz e tudo foi uma "simples falta antidesportiva". Estamos caminhando bem. Tanto pela postura negligente dos delegados e dos árbitros, como pela tolerância passiva.
Há, no futebol, uma corrente que busca penas para os agressores em igual período ao lesionado. Assim, se o processo de recuperação é de um mês, o agressor fica suspenso por igual período. No caso, Jhonatan - destaque de Franca e do NBB - ficará até seis afastado. Portanto, que o STJD do Basquete cumpra com seu papel de coibir a violência e suspenda Jeff Agba por seis meses e sem que Bauru o dispense, pois a equipe tem que sentir a falta do atleta e ser penalizada no cofre.
Em todo o Brasil os atletas habilidosos ou atleticamente favorecidos são caçados com a conivência da arbitragem. O STJD do basquete deve dar o recado: não aceitaremos que o jogo vigoroso, físico seja substituído por agressões de mal perdedores, por jogadores e clubes desleais, que querem dominar pela brutalidade, desrespeitando o jogo limpo.
Sugiro que leiam o excelente texto de Dante de Rose Junior, Amizade acima de tudo. Nele podemos ler sobre o prazer que o esporte pode proporcionar ao torcedor quando o time vence. Mas como ter prazer se meu time vence de forma desleal e maldosa, prejudicando um atleta adversário? Não venham dizer que foi uma fatalidade. Em dois meses já são duas "fatalidades"...
Abaixo a nota oficial de Franca Basquete.
COMUNICADO SOBRE O ATO DE VIOLÊNCIA CONTRA JHONATAN
A diretoria do VIVO/FRANCA vem manifestar o seu profundo pesar e constrangimento em face da reconsideração, pelo STJD do Basquete, com apoio em tortuoso “parecer” da coordenadora de arbitragem da Liga Nacional de Basquete, da suspensão preventiva que havia sido aplicada ao atleta Jeff Agba pela agressão praticada contra o atleta Jhonatan Luz, no primeiro jogo da série entre Franca e Bauru, que provocou sérias lesões no punho esquerdo do atleta de Franca, o qual deverá ficar afastado das quadras por seis meses ou mais, como já é de domínio público.
Segun do a coordenadora de arbitragem, a agressão de Jeff Agba contra Jhonatan, desequilibrando-o quando estava no ar e causando sua violenta queda ao chão, na chamada “cama de gato”, seria passível de punição com mera falta anti-desportiva.
Quem assistiu ao lance, gravado em transmissão da SPORTV, viu que se tratou de uma agressão intencional, maldosa e perigosa, passível de séria punição, que inicialmente foi reconhecida pelo STJD, antes da lamentável reconsideração. A imagem fala por si.
A Liga Nacional de Basquete e o STJD perderam uma grande oportunidade de homenagear o tão decantado “fair play”. Saiu ganhando a violência, a maldade e o cinismo dos que pregam que vale tudo para conseguir uma vitória, mesmo matar ou aleijar, desde que dentro da quadra de jogo.
O VIVO/FRANCA repudia a violência e lamenta que a LNB e o STJD tenham cedido a pressões cínicas e condenáveis pela impunidade de um ato que envergonha aos amantes do esporte limpo e exemplar.
Comentários
Agradeço a menção do meu texto. Sobre o assunto em questão gostaria de me manifestar contrário a qualquer ato de violência no esporte. entendo que houve um erro grave da arbitragem ao não apontar a falta anti-desportiva e talvez até a exclusão do atleta que a cometeu. No entanto me preocupa esse tipo de julgamento baseado em imagens, considerando que nem todos os jogos são transmitidos. Isto se assemelha ao julgamento do STJD do futebol que pune atletas em jogos que são transmitidos. Creio que há a necessidade de uma observação criteriosa por parte dos delegados e a elaboração de um relatório severo em casos deste tipo para não cairmos no casuísmo. Entenda neste meu comentário não o apoio ao ato praticado pelo atleta de Bauru, mas uma busca na coerência de atitudes de árbitros e delegados para que haja equilíbrio no julgamento dos casos.