Seu João (1939-2007)
Sim, Seu João fez a passagem. Era meu sogro e dizem que essas relações são sempre tumultuadas, mas a nossa sempre me ajudou a crescer como ser humano, como profissional, como pai. Sinto a sua perda como se fosse a perda de alguém do meu sangue. Não disse tudo que tinha a dizer. Infelizmente não pude dizer-lhe muito obrigado pela filha maravilhosa que se tornou minha esposa. Muito obrigado pelo amor que tinha pelos meus filhos. Muito obrigado pelo carinho de suas palavras e apoio em momentos difíceis.
Todas as lutas que me envolvo tornam-se insignificantes frente a absoluta sensação de impotência desse momento. Era um ser especial, simples, discreto e preocupado com todos. Era o mais discreto dos sogros, que me amparou no início de minha vida com a Celia (assim, sem acento), que fazia o que estava ao seu alcance para ajudar, orientando e nunca impondo vontades.
Pela diferença óbvia de idade não convivi com ele nos tempos de guri, mas sei que foi um aluno dedicado da Escola Técnica de Pelotas, um funcionário exemplar da CEEE e um atleta, em ambas as entidades, que se manteve ativo enquanto pôde e que passou essa paixão para as filhas e filho. Depois de formado e empregado, não virou as costas para sua mãe e seus irmãos. Ajudou todos. Nunca foi um egoísta. Foi no esporte que conheci a Celia.
Tinha fome pelo conhecimento. Um homem que visualizou na informática uma possibilidade de aprendizado, um homem que aos 65 anos monta uma rede doméstica para divertir-se e alegrar os netos só pode ser um visionário. Brincando no computador aprendia e passava ensinamentos. Acompanhavas as notícias e falava com o Yannick e com o João (neto e filho que moram longe de Pelotas).
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