“Chega sempre a hora em que não basta protestar:
após a filosofia, a ação é indispensável”.
(Vitor Hugo)
após a filosofia, a ação é indispensável”.
(Vitor Hugo)
Estamos as vésperas do pré-olímpico e nossas ações direcionam-se mais como torcedores do que como críticos e técnico. Certamente farei minhas avaliações dos jogos, destacarei as filosofias de jogo adotadas pelas diferentes seleções e crescerei com isso. Meu trabalho evoluirá com isso.
Entretanto, o que me faz escrever hoje é a seleção gaúcha infanto-juvenil que disputará a Divisão Especial dos Campeonatos Brasileiros de Base da CBB. Já na convocação para o Grupo 4, realizado em Caxias do Sul, fui surpreendido com a não convocação de um atleta do Pelotas Basketball Clube. Minha primeira reação foi de indignação, mas contive meu ímpeto e fiz contato com a Federação local e com o técnico da equipe. Na segunda ligação consegui que o atleta fosse “convocado” para treinar na segunda fase de treinamentos, mas sem ter seu nome citado na convocação. Em benefício do atleta aceitei essa situação ridícula, sabendo que ele não permaneceria no grupo. Estava claro que o Grêmio Náutico União ficaria com 7 ou 8 vagas da seleção, mesmo que tenhamos tido outras equipes na competição de 2006 e até atletas que não disputaram o estadual de 2006 estivessem na relação final.
Bem, minha responsabilidade na não convocação do atleta em questão é por não ter participado da reunião da Federação Gaúcha em março de 2007. O motivo era a falta de recursos para manter uma equipe no estadual deste ano. Entretanto, essa é uma desculpa, pois o atleta que me refiro é o cestinha do campeonato estadual de 2006, categoria cadete, imediatamente abaixo da infanto-juvenil. Ou seja, se existe um processo de estatística na FGB, se ele é divulgado no site da federação, se os atletas que são cestinhas em um ano permanecem no site da federação durante todo o ano seguinte (http://www.basquetegaucho.com.br/destaques.htm), se os atletas mantém o vínculo federativo um ano após participarem de competições oficiais, não existe explicação para a não inclusão de Gustavo Marçal Schmidt Garcia MOREIRA na seleção gaúcha infanto-juvenil de 2007.
Vários técnicos podem argumentar que pontuar não é único recurso avaliado, mas deveriam lembrar que pontuou contra duas equipes do próprio Grêmio Náutico União, contra Corinthians de Santa Cruz do Sul, contra Recreio da Juventude e que os atletas dessas equipes não conseguiram pará-lo, com forte marcação ou mesmo com faltas, pois convertia os lances livres e, quando defendia, conquistava jogo após jogo várias faltas de ataque dos adversários, pois o posicionamento defensivo correto, a dedicação e esforço do atleta são incontestáveis. Claro, isso pode ser visualizado nas súmulas, nos scouts e para as faltas cavadas a la Varejão temos as gravações dos jogos da fase de Pelotas.
Portanto, o poderio econômico dita as regras e a liberdade e autonomia concedida pelo presidente da Federação Gaúcha aos técnicos acaba sendo utilizada em benefício próprio ou dos clubes que esses técnicos pertencem. Assim perdemos mais atletas para outros estados ou para o estudo, pois o feedback é desestimulante ao não terem seus esforços e conquistas reconhecidas. O segundo cestinha, um jogador espetacular, fez 261 pontos em 14 jogos, média de 18,64 pontos.
Tenho tido na Federação Gaúcha de Basketball, na pessoa do seu presidente, uma grande aliada em projetos locais e ao disputar o estadual de 2006 e parte do de 2005. Por isso afirmo que essa é uma política que não parte da instituição, mas é administrada pelos clubes que detém o maior poder econômico, a maior infra-estrutura e são históricos no basquete gaúcho. Não somos reféns desses clubes, muito menos de meus colegas de profissão (educadores) e vou continuar protestado por convocações que considerar justa. Assim como protestei o corte de Douglas Kurtz da seleção gaúcha juvenil de 2005 quando ocorreu uma troca de técnico e assumiu justamente aquele com quem havia se atritado em 2004. Ou seja, apesar do ótimo campeonato que vinha fazendo, foi preterido por vingança pessoal, concretizada através de uma seleção gaúcha. Isso é complicado. Se o mérito não servir no esporte, então para que serve o esporte?
Abaixo dados do Gustavo MOREIRA de 2006, em duas categorias (na dele e na de cima), em competições da FGB, com média, aquela época, superior a de grande parte dos dez cestinhas de 2007. Enquanto isso ele participa de jogos locais e regionais, jogando uma competição denominada Circuito Sub-20 e torneios adultos. Qual a pontuação obtida? Veja:
2006 | CATEGORIA | PONTUAÇÃO | Nº DE JOGOS | MÉDIA |
Cadete (15 anos) | 311 pontos | 12 | 25,92 | |
Infanto-juvenil (16 anos) | 157 pontos | 13 | 12,07 | |
TOTAL | 468 pontos | 25 | 18,72 |
ADVERSÁRIO | DATA | PONTOS |
G. N. União A (Sede Santa Cruz do Sul) | 13/maio/2006 | 36 |
G. N. União B (Sede Santa Cruz do Sul) | 13/maio/2006 | 25 |
Corinthians S. C. (Sede Santa Cruz do Sul) | 14/maio/2006 | 13 |
Recreio da Juventude (em Caxias do Sul referente a Sede de Santa Cruz do Sul) | 02/junho/2006 | 27 |
G. N. União A (Sede Pelotas) | 11/agosto/2006 | 20 |
G. N. União B (Sede Pelotas) | 12/agosto/2006 | 28 |
Corinthians S. C. (Sede Pelotas) | 13/agosto/2006 | 17 |
Recreio da Juventude (Sede Pelotas) | 13/agosto/2006 | 28 |
Corinthians S. C. (Sede Porto Alegre) | 13/outubro/2006 | 22 |
G. N. União B (Sede Porto Alegre) | 14/outubro/2006 | 23 |
Recreio da Juventude (Sede Porto Alegre) | 15/outubro/2006 | 33 |
G. N. União A (Sede Porto Alegre) | 15/outubro/2006 | 31 |
2007 | CATEGORIA | PONTUAÇÃO | Nº DE JOGOS | MÉDIA |
Adulto – Livre (Citadino da Liga) | 129 pontos | 08 | 16,12 | |
Adulto – Livre Torneio FENADOCE – Prefeitura | 33 | 03 | 11,00 | |
Circuito Sub-20 | 45 | 03 | 15,00 | |
TOTAL | 207 pontos | 14 | 14,78 |
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JOÃO NIEDERAUER