“Mas não basta pra ser livre
ser forte, aguerrido e bravo,
povo que não tem virtude
acaba por ser escravo.”
(Última estrofe do Hino Riogrande)
Esse é o lema do brasão do Rio Grande do Sul e também o lema da Revolução Francesa. Impossível não pensar no quanto de sangue gaúcho, de co-irmãos foi derramado para o RS conquistar o respeito do restante do Brasil e hoje ser um dos grandes estados do país.
Hoje comemoramos a Revolução Farroupilha e eu venho, como um lanceiro negro, à frente dos demais membros do basquete gaúcho pedir um minuto de reflexão, pedir segundos das lembranças que passam pelas mentes dos técnicos mais antigos em atividade no RS e de outros que hoje são professores universitários. Meu singelo pedido vem com a radicalidade freireana, vem gritar que precisamos ir à origem do processo de sucateamento do nosso basquete e darmos um grito de liberdade.
Venho convidá-los a sonhar com o basquete de minha infância (início dos anos 80) e convidá-los a trabalhar pela multiplicação do mesmo, buscando o fim desse descaminho que nos encontramos na atualidade e podermos voltar a ver o crescimento do basquete. Venho clamar por mudanças, que começam pela presidência da FGB atual que, em 14 anos, prestou um grande desserviço ao nosso esporte. Lembrem de como eram os estaduais, o Amaro Júnior em 1992... Reflitam sobre como é hoje... Eu me lembro, como árbitro eu corria o estado todos os finais de semana e o grupo de arbitragem era bem maior e qualificado do que o atual.
Mas assim como peço uma postura proativa em prol do basquete gaúcho, compreendo se a verdade for outra, se vocês pensam muito diferente do que estou escrevendo aqui: está tudo bem da maneira que está e vocês não concordam com mudanças que sugiro aqui. Se for assim, humildemente peço desculpas a FGB, aos clubes gaúchos e a sociedade do nosso estado.
A realidade que vejo em minhas viagens, reais e virtuais, é que a maioria tem alguma reclamação, descontentamento, denuncia em relação a forma de tratamento, aos custos, ao desmanche atual do basquete gaúcho que o Sr. Carlos Nunes concretiza a frente da FGB nessa década e meia.
Ouso dizer que não adianta contrapor em discursos e na hora do voto, em janeiro, como determina o estatuto da FGB, o voto for de cabresto, for guiado pelo medo, for concretizado por procurações. Em janeiro de 2009 somente os 13 clubes atuantes nessa temporada poderão votar. Acrescento que aqueles clubes inadimplentes em 2008 poderão ser perdoados em troca de procurações e de voto favorável a toda essa situação. Sugiro:que fiquem atentos em quem votará.
É preciso ter coragem. É preciso mudar a situação e não se preocupar com uma possível candidatura do presidente da FGB a presidência da CBB – não vai mudar para o basquete gaúcho isso, pois ele está lá, como assessor do Grego e nada de fazer o basquete crescer, no Brasil e no RS. Esse é um medo que podemos descartar: não importa a posição futura do atual presidente da FGB, pois nada além do que já vimos em 14 anos será feito – de bom e de ruim.
Então, para encerrar, sugiro: façam suas chapas, montem seus grupos e encham a sala da FGB de candidatos – o prazo das inscrições de candidaturas é agora em novembro. Qualquer um de vocês, técnicos do basquete gaúcho, ex-técnicos, ex-árbitros são dignos e capazes de fazer o nosso esporte fluir e crescer rapidamente, desenvolvendo a prática em nosso estado.
O medo de represálias todos nós temos. Eu tenho um filho atleta que também acaba no sendo atingido pela minha postura crítica frente a FGB. Nesse caso, por ele, penso como Quintana: eles passarão, eu passarinho. Mas para o medo, aquele que nos paralisa e nos coloca diante de um decisão cruel (autopreservação ou suicídio?) eu sugiro o ataque, pois Sócrates foi condenado a morte, mas não abriu mão de seus princípios e disse: “achei que convinha mais correr perigo pelo que era justo do que, por medo da morte e do cárcere, concordar com o injusto”.
Fim a esse ciclo de estagnação!! Vitória ao que nos move: o basquete gaúcho.
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