Nosso basquete já foi uma potência. SOGIPA ganhando campeonato de clubes, Corinthians Sport Clube conquistando brasileiro, seleções sempre na ponta, grandes empresas patrocinando o nosso esporte. Infelizmente, a realidade é outra. Estamos em queda livre em um abismo que se não fizermos algo não terá volta por muitos anos. Cadê a força do Corinthians? Nem no estadual adulto está. Cadê a SOGIPA? Enfrenta uma crise sem precedentes e a base do basquete, felizmente, está nas mãos de um dos mais competentes técnicos gaúchos. Cadê os patrocinadores? Fogem da FGB. Todos eles. Por quê?
Tudo bem, alguns vão falar do contrato da FGB com a RBS TV e eu vou dizer: o que diz nesse contrato? Qual a vantagem para a FGB como administradora do basquete gaúcho? Dizer que o basquete vai aos quatro cantos do RS é uma mentira, pois a TV COM (canal que transmite os jogos) só tem sinal na grande Porto Alegre e para quem tem tv a cabo no interior do RS, ou seja, não atinge 30% da população, em uma grande expectativa de alcance. Eu posso falar da Brasil Telecom que me apoiou em 2005 e o presidente da FGB veio pedir contato com o marketing da empresa para falar e mostrar o projeto: tomou um chá de cadeira e um não retumbante.
Nesse cenário, esperar-se-ía que a FGB estivesse permanentemente em alerta, em busca de um patrocínio para sacudir o basquete no RS. Mas não é que Joãozinho conseguiu um patrocínio forte e não está anunciando!?!? Pior: até o momento não irá trazer o mesmo para o RS. Sim, João, o fake que faz os convites a 10 presidentes de federações regionais para encontro em São Paulo neste sábado (08/11) com objetivo de tratar da própria eleição, traindo o grego que lhe deu emprego, renda, status em troca de apoio e agora sente a puxada de tapete. Eu penso em duas possibilidades: usar os apoios que conseguir para transferir votos para o Gerasime, portanto sua candidatura seria uma armação para arrecadar votos. A segunda hipótese é ir em frente, ser candidato e depois de eleito, retribuir ao amigo grego com o cargo de Assistente da Presidência, igual ao que possui hoje. Inversão de papéis, mesma administração e vantagens, caos no basquete brasileiro por mais 4 anos...
Mas, vamos voltar ao Pão de Açucar, afinal doce sempre é bom. Tentei, anos atrás, patrocínio dessa empresa, através do apoio social que ela executa. Fiquei sabendo que isso ocorre em cidades/estados onde possui lojas próprias ou franqueadas. A resposta foi essa: no RS, no momento, não possuímos lojas e blá-blá-blá. Agora, se Carlinhos – sim Joãozinho é Carlinhos, presidente da FGB – consegue patrocínio do Pão de Açucar, através da Brunoro Marketing Esportivo, por que não conseguir um patrocínio com outra empresa que tenha abrangência no RS e fazer o basquete andar por aqui? Não é essa a missão de um presidente de federação? Ao contrário disso, promoverá encontro em hotel na Rua Funchal, em SP, para dez (10) presidentes de federações estaduais para fazer proselitismo político? Em que esse “investimento” é produtivo para o basquete gaúcho? Em nada, simplesmente em nada. Em que termos um campeonato, de mini a juvenil, com 13 clubes é bom para o nosso basquete? Para nós, que temos clubes, não serve de nada essa meia dúzia de jogos.
Massificar é o verbo do momento no basquete gaúcho. Trabalhar pela massificação é a missão de um presidente vinculado ao basquete do RS e comprometido com o desenvolvimento de nosso quadro de associados, pois são eles o motivo da existência da FGB. Massificar significa dar condições para o surgimento de novos espaços em novos clubes e escolas vinculados a FGB e que participem das competições da entidade. Também é necessário fazer um basquete adulto forte, um campeonato de base para a gurizada dos 18 aos 20 anos o ano inteiro, com muitos jogos e intercâmbios com outros estados, mesmo que de informalmente para manter a gurizada ativa para jogar no adulto – não adianta dois quadrangulares, um em maio e outro em outubro: falo de muitos jogos durante 10 meses. Ao contrário disso, foi alterada a idade (como sugeri, eu sei) e deixando os atletas de lado, sem competições e, logo, sem interesse aos clubes manter uma estrutura para não ter competições. Resultado: no RS, esse ano, banimos o basquete para os jovens de 18 anos, demos a esperança para os de 19 anos e depois lhes tiramos o chão. Não era para criar uma competição subsidiada para essa faixa etária, apoiando os clubes e os atletas gaúchos, trabalhando em prol do desenvolvimento do esporte? É pedir demais para essa administração bom senso, planejamento e organização em prol do basquete gaúcho... É querer demais quando os interesses que os cercam não são o basquete no RS. Infelizmente podemos esperar patrocínios magníficos, encontros de luxo em São Paulo em prol da disputa política na CBB. Talvez por lá ofereça as federações uma votação através de procuração, como ocorre no RS ou subsídios enquanto o apoiarem para estar a frente da CBB.
Até quando seremos tão cegos ou tão coniventes com esse desmanche? Até quando os técnicos se curvarão diante de promessas e ameaças veladas? Até quando o medo da perda do emprego vai superar uma atitude que nos traga dignidade, organização, desenvolvimento e massificação do basquete gaúcho?
Eu continuo aqui, lutando, me expondo e me arriscando para que exista basquete no RS quando meus filhos chegarem na idade de jogar, mesmo sabendo que, por mais qualificados que sejam, permanecendo esse grupo eles não irão ser aproveitados nas seleções de base do RS. Exemplos não faltam...
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