Hoje me sinto feliz, pois o Guilherme, do Draft Brasil, me convidou para escrever essa coluna sobre a realidade do basquete gaúcho. Não vamos perder tempo, pois as mudanças ou a perpetuação no poder estão sendo tramadas. Até traições bem arquitetadas, planejadas nos bastidores da CBB estão sendo colocadas em prática.
Carlos Boaventura Correa Nunes. Esse é o nome que muitos jornalista, assessores de imprensa, clubes e federações no Brasil estão querendo apoiar para ser presidente da CBB, por sua postura “séria e educada”. A primeira coisa que essas pessoas devem fazer é perguntar para a SOGIPA por que demitiu o Diretor de Basquete em 1993, no auge do basquete adulto do clube, com patrocínio da Pepsi que contemplava todas as categorias, mas principalmente permitia que o adulto contasse até com jogadores norte-americanos.
Dito isso, acrescento que meus blogs – e agora essa oportunidade de escrever para o Draft Brasil – visam salvar o basquete brasileiro e, certamente, Grego e Carlinhos não as pessoas para essa missão, aliás, eles fazem parte da mesma panelinha, responsáveis pelos mesmos fracassos, participes das mesmas brigas com jogadores e as diversas perseguições que ocorreram nesse período. Querem ver o basquete brasileiro como o gaúcho está? Fiquem a vontade, entreguem a chave e a presidência da CBB ao Sr. Carlos Boaventura Correa Nunes e comecem a jogar peteca – nada contra, é bem lúdica e me divirto na praia com meus filhos.
Digo isso com a tranqüilidade de quem o apoiou em 1993 a ser o presidente a partir de 1994 e logo percebeu o erro. Sou árbitro inativo da FGB, mais por vontade da própria FGB, leia-se Carlinhos Nunes, do que por ter desejado ou concretizado motivos que justificassem um afastamento. Comecei aos 22 anos e aos 26 anos já era Árbitro e Mesário Regional de 1ª, ou seja, seria árbitro nacional – e quiçá FIBA – antes de muitos que hoje estão aí, mas que cederam aos ajustes necessários para permanecerem na ativa. Não os culpo. Então, qual meu crime? Cobrar, pressionar, criticar a gestão de Carlos Nunes desde o primeiro momento; quando a CBB repassava dinheiro da Caixa e este não chegava no destino: taxas de arbitragem, redução de despesas dos clubes. A partir daí fui para a geladeira e de lá não saí mais.
Vários atitudes, comprovações e questionamentos que colocarei aqui permitirão aos leitores tirarem as próprias conclusões. Acima de tudo minha postura me deixará com a alma tranqüila, pois terei feito o mínimo possível: usar a escrita e a coragem de dizer o que penso, relatar os fatos, pesquisar e mostrar os resultados, as distorções e as manipulações que ocorrem em benefício próprio.
Como o tempo urge, vou falar do que ocorrerá nessa quinta-feira, 11/12/2008, no RS. Em 25/11/2008 me chegou as mãos a cópia de um fax enviado pela Federação Gaúcha de Basketball. Era a Nota Oficial 061/08, assinada por Carlos Nunes, convocando os filiados, em dia com suas obrigações, para uma Assembléia Geral Extraordinária solicitada por dois clubes e com o objetivo de alterar parcialmente o estatuto da FGB. O que “querem” os clubes? Transferir a eleição à presidência da FGB de janeiro para junho de 2009, passando para depois da eleição a CBB. Ou seja, se eleito na entidade-mãe, Carlos Nunes nem concorrerá na FGB; caso contrário, seria obrigado a usar de procurações, dar filiações a escolas que participaram de competições estratégicas em troca das bolas que a penalty repassa, por força de contrato, as federações estaduais com o intuito de serem doadas aos clubes, mas no RS nós pagamos por elas.
O divertido nisso tudo é que o fax foi enviado aos clubes que ele sonha que o apóiam – sim, um deles nos enviou o fax. Pior que isso: a nota oficial 061/08 foi publicada no site da FGB, como de praxe. Depois de minha denuncia no Mais Basquete, a nota foi publicada o site, mas como sendo a 060/08, ou seja, ele mandou um documento, procurando manipular os clubes e só convocar os que o apóiam e cometeu um deslize primário, que impede qualquer príncipe ter êxito em suas empreitadas.
Essa é apenas a ponta do iceberg. Outras constatações, que destrincharei para todos os amigos do basquete, serão reveladas para o basquete brasileiro, como, por exemplo, os processos de execução fiscal (não pagar tributos) que a FGB responde ao RS, as ações dos telefones que ele vendeu sem autorização dos filiados, como reza o estatuto, e um processo que o BANRISUL move contra a FGB/Carlos Nunes.
Para encerrar,quero esclarecer que eu não viso criar problemas para a vida pessoal de ninguém, mas vou constatar fatos que podem bloquear as aspirações pessoais que, para mim, são dignas, pois sonhar é parte natural do desenvolvimento humano. Só não posso concordar que o sonho de algumas pessoas seja superior aos desejos e sonhos das comunidades que o circundam.
Boa leitura e mandem suas dúvidas e sugestões.
Comentários
O atual momento do basquete nacional eh lamentavel. Mas eh bom saber que a indignacao, esse sentimento que nos leva a deixar a apatia de lado, esta presente em alguns admiradores do grande jogo.
Continue escrevendo seus artigos, que aqui do outro lado, vamos acompanhar e divulgar.
Abraco.