Em 1959 eu tinha, digamos, menos 10 anos. Em janeiro de 1959 quase menos 11 anos. Eu ainda não havia nascido, mas já estava lá, me preparando para algumas décadas na terra brasilis. Enquanto isso, o jogo que fui amar a partir de 1978, quando vi o Mundial da Filipinas na tv, buscando compreender o que tinha que ser feito no esporte que começaria a dar os primeiros dribles e quiques em 1979, dava sinais de sobrevivência e todos esperavam uma geração de vencedores com o surgimento de Oscar, Marcel, Gerson, mas foi ali, aos 8 anos, que vi o basquete masculino brasileiro subir no pódio. Em 1984 vi o vôlei na final e me perguntei pelo basquete. E assim tem sido, ano após ano.
Em paralelo ao fracasso do basquete masculino nas últimas três décadas, com exceção a Ary Vidal (1987) e a renovação que Hélio Rubens começava a provocar em 2000, somos a soma de muitos fracassos nesse período. Junto disso – e somado ao jeito brasileiro de não reverenciar o passado – as conquistas dos anos 50 e 60 ficam no esquecimento, longe de nossa memória coletiva que precisa ser aceita como a construção de algo – foi aquela geração, que hoje comemora 50 anos do primeiro título mundial, que colocou o basquete como segundo esporte da nação e foi essa geração, comandada pelo individualismo de Oscar, que começou a nossa transição para o quarto esporte do país, atrás do consagrado voleibol e do esporte que conquistar destaque em mundiais e olimpíadas, como foi o caso do tênis (Guga Kuerten), a Ginástica Olímpica (com Daiane do Santos, Daniele e Diego Hypólito) e hoje a natação, visivelmente impulsionado pelas conquistas de César Cielo.
Quanto a mim, na minha adolescência, nem sabia que tínhamos sido campeões. Até dias atrás alguns dos nomes que hoje circulam em minha mente e me fazem curioso de suas histórias sequer eram pronunciados. Quem vive no basquete tem que conhecer o passado. Tem que conhecer quem fez o basquete brasileiro forte e compreendeu a coletividade desse jogo, de maneira que hoje estamos aqui, buscando reerguer o que já tinha sido feito por Kanela e seus meninos, mas dessa vez os tendo como exemplos e como alicerce para que ao resultado seja forte, robusto e duradouro. Vamos esquecer o que tem sido feito de forma errada nessas três décadas. Vamos, a partir desse cinqüentenário, trabalhar arduamente pelo erguimento do basquete masculino e para não deixarmos o feminino cair, como parece estar sendo o destino traçado pela desorganizada CBB.
Falando nela, a entidade máxima de nosso basquete, a CBB, que a vergonha de não ter sido a primeira a divulgar um evento de peso para a data em questão não se repita. Que os 50 anos da conquista do bicampeonato, daqui a quatro anos, seja comemorado com festas que se estendam por todo o ano de 2013 e com muita ênfase no dia 25 de maio, quando comemoraremos a vitória sobre os Estados Unidos por 85 x 81. Portanto, a CBB, sob o grego comando, deveria ter assumido a festa, desde sempre e desde tempos atrás, se programando, divulgando e realizando homenagens mais do que justas aos nossos craques, trabalhando para que essas figuras e seu feito não sejam esquecidos. Nunca... Cabe a nós não deixarmos mais no passado nossas conquistas e trazê-las a luz do dia e não apenas com pequenas notas no site da entidade máxima do nosso esporte. Creio que nossos craques da bola ao cesto na terra do futebol são, analogamente, Pelés e Garrinchas do nosso esporte e devem ser reverenciados. Sempre. Em vida e in memorium.
Em pé (esq. para direita): Auxiliar-técnico Brás, Waldemar, Amaury, Otto, Edson Bispo, Zezinho, rosa branca, chefe da delegação Mariah Silva, Técnico Kanela. Agachados: Roupeiro Francisco, Fernando Brobró, Wlamir Marques, Boccardo, Jatyr, Algodão, Pecente e o Massagista Pertile.
Obs.: todas as fotos foram publicados no UOL, no Globo Esporte e na ESPN Brasil.
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