“Nem sob os anos da ditadura a direita conseguiu desmoralizar a esquerda como essenúcleo petista fez em tão pouco tempo. Na ditadura, apesar de todo sofrimento,perseguições, prisões, assassinatos, saímos de cabeçaerguida e certos de que tínhamoscontribuído para a redemocratização do país. Agora, não. Esses dirigentesdesmoralizaram o partido e respingaram lama por toda a esquerda brasileira.”(Frei Betto, amigo histórico de Lula, em entrevista ao jornalO Estado de S. Paulo, em 24/8/2005)
O telefone toca. Alguém da capital querendo bater um papo. Entre vários tópicos do basquete, surgem algumas indicações de que é possível sim coagir sendo educado, cordial. Melhor, só dar o recado a pedido de alguém. Eu ainda fico em dúvida: aquele cara legal, de papo agradável, vinculado ao socialismo, está comprometido? A preocupação dele sou eu? Nos encontramos uma vez na vida e trocamos alguns e-mails, por que esperar mais do que um monólogo? Um diálogo pressupõe uma conversação entre duas ou mais pessoas, um locutor e um interlocutor que se alternam em sua ação e a tal conversação pode ser espaço para um entendimento, para papo furado (à toa mesmo) ou para disputa de projetos históricos diferentes. Um diálogo é bem diferente de um monólogo e pressupõe entendimento entre as partes ou, pelo menos, respeito a posições contrárias.
Então, se a preocupação dele é o basquete gaúcho, como apoiar o presente e esquecer tudo que se sabe do passado? Não vou elencar nada hoje, pois já o fiz em outras mensagens e se os clubes – que são os que pagam a conta – não se importam com essas questões, por que eu devo me preocupar? Por representar um clube?
O recado que vieram me dar foi: “deixa o cara quieto, a coisa está muito pessoal, ele vai te processar. Do jeito dele. No tempo dele. Por hora ele prefere dialogar, saber o que está errado e ajeitar”. Fico em dúvida: comigo? Um Zé Ninguém do interior? Tudo bem, o recado foi dado: após a eleição da CBB, que é o que importa, administrar as verbas federais, ops o basquete nacional, serei processado. Lembro, no entanto, que assim como a ameaça que sofri no CEFETRS em 2000 (amplamente divulgada nas lista do CEV e pelo Alcir Magalhães na época, portanto registrado e disponível na rede), com várias testemunhas e sem ter denunciado o fato na polícia (como me questionou o interlocutor do telefonema em tela), ocorreu de novo, dias atrás. Esse avisou: “se eu perder a CBB, vocês estão fudidos comigo” é para quem? Perdoem, caríssimas leitoras e queridos leitores, mas é preciso ser literal nessas horas. Foi dado o recado, diretamente, para outro de nosso grupo, ameaçou, esclareceu a situação – o que durante o telefonema citado no início deste post eu não sabia que havia ocorrido.
Então, com base no meu conhecimento limitado do direito, mas sabendo que TUDO que escrevi é fato, notório e provável através de vasta documentação existente em órgãos públicos, TCE, foro de Porto Alegre, vou manter meu ritmo: é imprescindível uma mudança na presidência da FGB, pois Carlos Nunes não serve, do meu ponto de vista, para ser o presidente da FGB e muito menos da CBB – cartolas sem neurônios (como o que ofendeu as atletas do futebol),
ameaçam com processos ou agem com olhos de Tio Patinhas não servem para o nosso esporte. É hora da virada de mesa, que inclui expulsar Nuzman e seus discípulos do meio esportivo, incluindo Grego e seu assistente da presidência que na atualidade posa de presidente da FGB. Quanto ao basquete, o fim da modalidade não está em minhas postagens, pois elas ocorrem em função de tudo que foi feito de errado na FGB nos últimos anos e sabe-se lá em favor de quem. Sei que do meu time não foi...
Vou dizer mais uma coisa: a única saída é a desistência por completa do atual do presidente da FGB. Desistir da FGB e de concorrer a CBB. Posso não demovê-lo dessas idéias absurdas – creio até que me processará mesmo – por que não sou eu que tenho esse poder, mas vou deixar registrado todas as falcatruas que eu tenho conhecimento. Não são tiro ao esmo. Elas têm alvo. Um alvo claro e bem visível. Não estou atirando no basquete gaúcho, nem desrespeitando a FGB, estou atirando na má gestão, na péssima administração do “nosso produto”, nos interesses escusos, nas manobras como a do telefonema. Quero que as pessoas possam ver, o nosso produto, como consumível, rentável e ético. Quero que vejam que o dinheiro aplicado no esporte tem seu retorno garantido, em propaganda espontânea, na aplicação dos recursos conquistados e no desenvolvimento do basquete. Sendo assim, as coisas mudam. Mas e se quem assumir continuar no ritmo das coisas que sabemos e das possíveis de denunciar? Vão pra berlinda também, independente de serem quem apóio hoje ou de quem concorre com quem apóio. Eu quero ver a coisa certa sendo feita, eu quero que as pessoas que dirigirem, derem seu tempo, sejam remuneradas pelo trabalho e não coloquem a mão no que não lhes pertence. Que os técnicos que venham a dirigir as seleções sejam os campeões e sejam remunerados pelas horas dedicadas a seleção. todos devem ser pagos por suas idéias e trabalho árduo. É o justo. Mas se meterem a mão na cumbuca... Serão cobrados, publicamente, como faço aqui.
Para finalizar, quero dizer que eu fiquei pensando quando me disseram que eu estava fazendo o “serviço sujo” e “trabalhando para outros”. O que seria serviço sujo? Quem seriam esses outros? Toni Chakmati seria um desses outros. Olha, em 2000 em não conhecia Toni Chakmati – aliás, hoje eu não conheço o tal Toni Chakmati – e já denunciava os “problemas” da FGB, como os atrasos na taxas da arbitragem*, da qual fui vítima direta e fui afastado por cobrar o que me deviam. Por estar distante e o basquete paulista ser o que é, eu acredito mais nele que no candidato gaúcho, que conheço há 20 anos e quem me telefonou o conhece há muito mais tempo, por isso minhas dúvidas do lado que joga esse articulista: do basquete, a mulher dos sonhos, ou dos interesses dúbios?
Não estão contente com o que escrevo? Tem provas de que são mentiras, calúnias e difamações? Me processem, mas saibam que reconvenção é possível. No final, que vença o basquete.
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* uma andorinha da capital – e vejam bem: moradora da capital gaúcha – me disse que temos taxas de arbitragem atrasadas, mesmo que os árbitros tenham cheques da AGOB em mãos, não podem descontá-los. Os clubes não pagaram as taxas durante o campeonato estadual? Se pagaram, o que houve? Claro, árbitros-procuradores surgirão para desmentir isso...
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