A primeira pergunta que me fiz quando tive contato com Alberto Murray Neto foi por que alguém na situação confortável que se encontra, com o status quo que possui, contrapõe o COB? Por que um advogado bem sucedido, neto do presidente do COB por três décadas, membro do COI, contrapõe o COB? Por quê?
Pois bem, Aberto Murray Neto não precisa de minha defesa, pois vai se sair muito bem de todos os contratempos que tiver que passar em função da coragem que possui para enfrentar o COB e suas manobras. Ele também não precisa da defesa de José Cruz, jornalista conceituadíssimo do Correio Brasiliense. Nós é que precisamos de brasileiros como ele. Brasileiros que amem o esporte e o defendam da corja que o manipula e se beneficia através do (mal) gerenciamento do mesmo. Isso ocorre nos clubes. E isso tem ocorrido no COB, como a fracassada, manipulada e interesseira assembléia de eleição de Carlos Artur Nuzman demonstrou, esse ex-atleta que ergueu o voleibol e, em algum ponto da história, se perdeu.
É fácil para o sr. Nuzman me processar, como o é fazê-lo contra todos que se posicionam contra os roubos, as maracutaias e os enriquecimentos ilícitos que ocorreram no Pan 2007, quiçá no que esta sendo planejado para 2014 (Copa do Mundo de Futebol) e no que está sendo elaborado, com o nosso dinheiro, para os jogos de 2016, caso o Rio de Janeiro seja a cidade vencedora.
Inútil gritar, eles são surdos;
Impossível gesticular, pois eles são cegos;
Ineficaz propor o debate, pois ele será “pra boi dormir”;
Muito fácil e saudável ($$$) calar-se e associar-se ao grupo de organizadores:
Lucro imediato...
É isso que Alberto Murray Neto não quer e demonstra não precisar. O que ele quer – e com o que coaduno, em pensamento e ação – é denunciar que não fizemos nosso dever de casa, sendo corruptos no Pan de 2007 e o seremos ainda mais no período organizacional dos Jogos Olímpicos de 2016, caso ocorram no RJ – não é nada contra o RJ, contra a caos urbano que a corrompe e contra a maquiagem que o COB tem realizado, principalmente durante visitas oficiais do COI. Seremos nós, brasileiros, uma nova China na história do olimpismo?
Meu posicionamento não se é anti-esporte, pelo contrário, vivo dele e por ele sou apaixonado. Trata-se de responsabilidade civil com nosso povo, com nossas comunidades. Será que a tal Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro vai me investigar também? Vai investigar o jornalista José Cruz? Eles realmente não possuem fraudes suficientes, cometidas por hackers contra bancos, para serem desvendadas? Eles vão se deter em nossas ações em prol da preservação do dinheiro público e defender esses senhores e suas ramificações no poder público para arrecadar dinheiro público para empresas de primos, irmãos, parentes, etc. que irão se beneficiar, como associados, dos superfaturamentos que ocorrerão nos próximos 7 anos em prol dos ricos e contra a conjunto da sociedade?
Também penso, nesse momento, que liberdade de expressão é o que menos importa nessa questão. Trata-se de assédio moral do COB, utilizando-se de influências – essas sim ocultas – para pressionar e calar quem ousa desafiar os interesses de uma minoria que locupleta-se com o dinheiro público. É preciso persistir, pois nossa primeira vitória esta presente nessa investigação: desviar do foco e criar uma imagem distorcida da realidade é praxe dos bons tempos dos porões da ditadura.
Cabe, ainda, perguntar: que país é este?
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