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Em busca da auto-estima (Parte I)

Há uma confusão no meio do basquete Brasileiro: não é necessário ser sempre “o do contra”, bater o tempo todo na instituição CBB e nas pessoas que a dirigem. Faço a crítica, mas faço o elogio. tudo baseado no meu julgamento de cada fato. Elogio: já conseguimos a saída do presente grego de lá. Crítica: quem queria mais, deveria ter feito mais do que fez, ter se candidatado e conquistado os votos necessários e se tornado o presidente da entidade ou, pelo menos, disputado o cargo, ter colocado a cara a tapa.
Assim eu sou: cogito, ergo sum. E quero continuar assim...

A primeira coisa que chama atenção na administração de Carlos Nunes esta na criação dos coordenadores de seleções, cargos de Hortência e Vanderlei. Ele trouxe quem esteve nas quadras para administrar e gerenciar questões como os jogadores da NBA, da Europa e Iziane, por exemplo, mas certamente, com a experiência que teve como gerente do basquete da SOGIPA durante anos, ele sabe que é preciso diálogo e resolver questões de ego entre os atletas que muitas vezes nem ficamos sabendo, pois atletas e técnicos são importantes para que o projeto funcione e fatos como do Nezinho, Marquinhos e Iziane deverão ficar apenas em nossa memória como atitudes negativas que os técnicos não devem permitir e os atletas não devem repetir.

A designação da Hortência como coordenadora das seleções femininas (adulto e base) é um mérito a ser reconhecido, por trazer uma grande jogadora brasileira para gerenciar o naipe feminino. Como atleta ela era nossa rainha, forte, guerreira em quadra, elevada auto-estima e, portanto, confiante da necessidade de assumir o jogo, de dominar os ataques e conduzir a seleção aos primeiros títulos na década de 1990. Aquela jogadora tinha auto-estima que levou para a vida cotidiana, mas que parece perdida 13 anos depois deixar de brilhar nas quadras...
Meu tema são os técnicos estrangeiros – já havia discorrido sobre isso quando da contratação do Moncho – e visa falar de auto-estima. Confesso que em nenhum momento fui favorável a termos técnicos estrangeiros ou fui conivente com a possibilidade de desqualificar os técnicos de nossa país – aqueles que estão a frente das equipes que disputam os nacionais de basquete e mantém o trabalho por anos e anos sob incógnitas, incertezas sobre o próximo nacional e viagens de ônibus informadas na véspera do início da competição. Enfim, refiro-me ao caos que foram os últimos 14 anos.
Portanto, não sou favorável a tê-los, os estrangeiros, no comando das seleções e já mostrei argumentos que corroboram meu posicionamento, mas ainda fico me perguntando por quê? Por que precisamos de um técnico argentino? Por que Hélio Rubens não serve? Por que Lula Ferreira não é suficiente? Por que Paulo Bassul continua uma incógnita? Por que Maria Helena Cardoso ou Miguel Ângelo da Luz estão desatualizados? Eu preciso de uma resposta e o que Hortência disse no Arena Sportv essa semana, quando lhe foi perguntado o que ela busca em um técnico para a seleção, não é suficiente – o que estão fazendo no mundo do basquete, fora do Brasil, é possível para qualquer um de nós termos acesso. É ilusão crer que achará um técnico/gênio pronto, conhecedor do mundo e que esteja em atividade – talvez Miguel Angelo da Luz esteja por dentro de tudo isso por estar estudando com afinco e por um detalhe do ser humano: estamos aprendendo o tempo todo.
Vejamos o que me faz concluir que Hortência e Vanderlei procuram pela auto-estima perdida no basquete brasileiro. Primeiro Hortência: “Procuro um técnico antenado no que esta acontecendo no mundo... Eu quero conversar com ele e saber: ele conhece as jogadoras da república tcheca? Ele conhece como joga a escola americana? A escola européia? A escola asiática? Ele tem que tá antenado com tudo que tá acontecendo. Ele tem que conhecer profundamente como se joga o basquetebol no mundo inteiro... Então, é isso que eu estou procurando”. Hortência, disponível no blog Lance Livre, do Byra Bello, em http://colunas.sportv.globo.com/lancelivre/.

E agora Rubén Magnano: “... E creio que, como um objetivo a longo prazo, o projeto é brigar por medalhas olímpicas quando disputarmos os jogos olímpicos no Brasil” e “quero falar de projetos que existem e colocar a seleção brasileira em lugar importante. Trabalhar convenientemente e recuperar posição internacional para os jovens brasileiros. Acredito que isso é vital...”. Rubén Magnano em entrevista ao Globo Esporte no link http://globoesporte.globo.com/Esportes/Basquete/0,,15060,00.html.
Mais de Magnano, dito ao ser apresentado como o novo técnico de nossa seleção masculina em 22/01/2010 e publicado no site da CBB em http://www.cbb.com.br/noticias/showrelease.asp?artigo=7050. Os grifos são meus, para conversarmos na segunda parte desse polêmico tema:
OBJETIVOS: “Em primeiro lugar é uma honra muito grande estar aqui e quero agradecer os dirigentes da Confederação pelo convite e a confiança na minha pessoa. Vim porque acredito no projeto da CBB, no potencial e talento dos atletas brasileiros e na certeza de que conseguiremos alcançar nossos objetivos. Para isso necessitamos da união e do trabalho de todos os segmentos para fortalecer cada vez mais o basquete. Somente com trabalho, disciplina e respeito é que podemos conseguir o que pretendemos. O importante é que estamos iniciando uma nova fase de muito sucesso.
METAS INICIAIS: No primeiro ciclo estamos falando de um Mundial, um Pré-Olímpico e as Olimpíadas de Londres. Hoje não posso dizer que o Brasil vai ficar em segundo ou sexto lugar. Mas creio que a equipe terá um bom desempenho na Turquia. Não posso falar de posições. Vai depender da produção que teremos no torneio. Mas tenho muita esperança de que a equipe vai avançar no seu caminho. Nada é impossível. Também iremos em busca de uma vaga olímpica. O Brasil não consegue desde Atlanta. Vamos sonhando com isso, e permitir que os jogadores possam sonhar".

Comentários

Max Martins disse…
Caro coach,
concordo plenamente.
Também me perguntei por quais motivos os técnicos brasileiros não seriam capazes de realizar um trabalho igual ou melhor do que os estrangeiros.
Talvez, nossos coordenadores ainda acreditem no velho ditado: "Santo de casa não faz milagres".
O que vai acontecer em seguida?
Agora só falta contratar/naturalizar jogadores estrangeiros para representar nosso país.
É melhor nem falar isso em voz alta...rs
Abraços

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