Hoje me diverti. Meio da tarde, um friozinho cortando e a gurizada quer ir no calçadão. Vamos lá. Chego no centro da cidade e a banca de revistas esta cercada. Crianças, jovens, adultos, pais, tias, avós. Tem muita gente ali. Por onde começar? Nem precisamos falar, pois logo alguém pergunta: “troca ou vende?”. As duas, óbvio. Vamos ver o que tens... E assim meus filhos começaram a conversa com meninos da própria idade, com pais, com tias... Logo alguém pergunta: “vocês têm o Kaká?”. “Não temos”, respondeu um dos meus filhos. Outra senhora aproveita e pergunta: “e a 23, tem?”. Há um misto de euforia, confraternização e... infância. Me perdi por duas horas divertidíssimas. Um de meus filhos saiu de casa com a missão mais simples: conseguir duas figurinhas, 6 e 559. Correu na minha direção e vibrou quando conseguiu a 559. Agora falta só a 6. Para o outro faltavam 43 figurinhas. Agora faltam 31.
Desde o início me preocupei em dar suporte, ajudar na busca das que faltam, auxiliar segurando e riscando os números conquistados. Mas logo troquei/comprei (R$ 0,15 cada) 33 figurinhas para o Jorge, nosso barbeiro – sabe como é, o cara passa o dia de pé e não consegue sair do salão para trocar e como meus filhos tem conquistado algumas figurinhas com ele, me ofereci e levei umas trinta figurinhas dele pra trocar. Foi bem legal. E assim perdi o frangaço do Green e o empate entre ingleses e americanos. Mas não importa.
Para tudo! Este blog não é de basquete? Claro que sim e vou explicar: lembrei de uma proposta que passei ao já presidente da CBB, senhor Carlos Nunes – fui pesquisar e reproduzo abaixo o e-mail enviado em 29/06/2009. A idéia era lançar cards dos atletas do basquete e do NBB 2009/2010. Simples, direto. Nela comento que o Flamengo lançaria cards dos seus atletas – o que foi um sucesso no Rio, pois não tive acesso aqui. Nunca tive dúvidas que seria um sucesso como foi as do Flamengo e que hoje pude constatar ser algo agregador e que expõe a camaradagem entre as pessoas – quando pede um número e diz que é a última, as pessoas não se importam de pesquisar entre suas figurinhas se a possuem para ajudar outro, um estranho, um desconhecido, mas um torcedor e colecionador como eles, a completar seu álbum. É algo que faz bem ao coração.
Então, como falta iniciativa em nosso basquete, preciso comentar que nos divertimos com os cards do futebol, do campeonato brasileiro e – em especial na época da Copa do Mundo. Durante a temporada do basquete, com as transmissões irregulares e mudanças de datas dos jogos da final poderíamos estar trocando e interagindo com outros apaixonados pelo basquete. Lembro que nos anos 1990 em comprava, em Porto Alegre, cards da NBA. E trazia para meu filho mais velho abrir e se divertir...
Entre aquelas pessoas que se divertem no centro de Pelotas trocando figurinhas, muitos aproveitavam para conversar e interagir com maior espontaneidade. Nós, basqueteiros, nos divertimos com figurinhas do mundial de futebol, mas poderia ter sido com cards (ao estilo NBA ou da ACB) dos jogadores da seleção ou com o álbum da Liga Nacional de Basquete ou, ainda, uma mescla dos dois, como propus ao presidente da Confederação Brasileira de Basketball há quase um (01) ano. Espero que alguém que tenha acesso as estatísticas de jogadores da seleção ou a presidência da NBB consiga convencê-los de que há mercado (inicialmente “pequeno e elitista”, como escrevi naquele e-mail), que é uma nova fonte de renda, que atrairá o público e que servirá para registrar a história do nosso basquete. Ou será que nenhum leitor tem a curiosidade de saber quantos arremessos de três pontos converteu o Marcel em sua carreira? E “Magic” Paula, deu quantas assistências?
---------------------------------------------------------------------
De: Carlos Alex Soares <carlosalexsoares@gmail.com>
Data: 29 de junho de 2009 00:55
Assunto: Cards das Seleções
Para: carlos nunes <carlosgaucho@xxxxxxxxxxxxxxxx.com.br>
Data: 29 de junho de 2009 00:55
Assunto: Cards das Seleções
Para: carlos nunes <carlosgaucho@xxxxxxxxxxxxxxxx.com.br>
Carlinhos,
o Flamengo vai lance cards dos atletas campeões. Sugiro que a CBB lance cards com os atletas brasileiros campeões mundiais e que jogaram olimpíadas e pan-americanos – ao estilo da NBA: foto de um lado, estatísticas nas costas.
Segunda ação poderia ser em parceria com a NBB: cards da Liga de 2009, incluindo como cards especiais os atletas que jogarem na seleção a partir desse ano (no caso bate com tua gestão).
Eu só quero 0.5% pela idéia :D hehehehehe Mas tem que ser rápido, pois os primeiros a lançarem isso ganham mais. E para a pergunta: tem mercado? Tem, com certeza tem. Pequeno, elitista, mas tem.
Forte abraço. Fico na escuta...
Carlos Alex Soares
Comentários