Walter Roese foi fisgado pelo basquete. Não é coisa de hoje,
mas uma bagagem de três décadas passadas como atleta de base, torcedor e
defensor das cores do GNU, das seleções gaúchas, atleta de alto nível,
incluindo seleções brasileiras e técnico de basketball. Assim mesmo, na
nomenclatura americana, que é onde ele transita com maior liberdade e
possibilidades de êxito, embora queira contribuir com o basquete brasileiro,
como fez classificando o sub-18 em 2010 e que foi derrubado como técnico da
seleção sub-19 para o mundial da categoria em 2011.
Lembro-me de Walter Roese em Bagé, durante o Campeonato Brasileiro 18
anos, quando eu tinha 13 anos e ele 15 anos. Ele simplesmente percorreu os 360 Km que separam
Porto Alegre de Bagé para ver... Basquete! Encontramo-nos anos depois, quando um
gaúcho esta fazendo sucesso no basquete universitário americano. Era Walter
Roese.
Após o desencontro de interesses para que permanecesse técnico da
seleção sub-18, posterior sub-19, Roese entrou em um período sabático: saiu do
basquete, largou a planilha, a beira da quadra e foi refletir um pouco sobre
seu futuro e de sua família. Mas abandonar o basquete é impossível. Um ano
depois, Walter voltará a dirigir uma equipe. E não será qualquer equipe. Será a
Seleção da América Latina para o Adidas Nation, que ocorrerá no início de
agosto, em Los Angeles. Com certeza são os passos iniciais para uma volta mais
valorizada, talvez para dirigir uma equipe universitária e, quiçá, uma seleção
brasileira.
Além disso, Walter estará treinando (não estará e não comandará na beira
da quadra) a equipe de High School do filho Leonardo e me disse: “já tive ofertas este ano, mas vou curtir o filho
pois depois ele se vai e não tem dinheiro que pague este tempo junto com o pai”. É a experiência de quem sabe que criamos os
filhos para o mundo e de quem perdeu o pai ainda muito jovem.
Este é mais um talento brasileiro que tem que ser
aproveitado, seja no comando de seleções, seja como assessor em palestras de
formação para os técnicos brasileiros.
O que temos que nos perguntar é: Walter Roese tem
algo para contribuir com o crescimento do basquete brasileiro? Se sim, temos de
incluí-lo e isso serve para clubes, CBB, LNB, CBDU, enfim, sendo valorizado e
respeitado na terra do basquete, penso que há espaço para ter um papel significativo
nesse momento de reconstrução do basquete brasileiro. Agora ou no próximo ciclo
olímpico.
O que é
Adidas Nation?
O Adidas Nations é um programa que busca enfatizar e
focar que o real sucesso no jogo de basketball vem de jogar como uma equipe. De
12 a 15 jogadores, os melhores jogadores do mundo na faixa etária até 18 anos de
cada região (África, Ásia-Pacífico, Canadá, China, Europa, América Latina e
Estados Unidos), estarão presentes, compondo equipes regionais que terão treinamentos
e atividades educativas regionalizadas, com o objetivo de proporcionar-lhes uma
visão para que possam dar o passo correto em direção ao próximo nível de suas
carreiras.
Logo após a Adidas levará estes jogadores para uma
exposição internacional por seis dias de formação especializada, com treinos,
jogos, educação e informações importantes para jogadores de alto nível no
âmbito judicial, de contratos, nutrição, treinamento de mídia e sensibilização
da comunidade. Isso ocorrerá em agosto, na cidade de Los Angeles, Estados
Unidos, onde também competirão e terão orientação de veteranos da NBA,
treinadores e jogadores, do passado e do presente. Ex-treinadores da NBA passarão
a ser o treinador principal de cada região e jogadores atuais da NBA completarão
as equipes, sendo os “NBA Mentor”.
Para a primeira fase, Walter Roese foi escolhido como
técnico da América Latina, com o poder de avaliar, fazer contato e convocar de
12 a 15 jogadores do México até Argentina e Chile no final de nosso continente.
E os jogadores podem ter origem latina, mas estar morando/jogando em outros
países. Em agosto Walter estará compondo a equipe que dirigirá a América Latina
e terá mais uma significativa experiência como técnico de basquete o que,
provavelmente, o trará de volta para a beira da quadra, comandando equipes
universitárias e a disposição para as seleções brasileiras – nessa temporada já
recusou alguns convites de universidades (NCAA) e da própria D-League (NBA).
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