Glucoenergan[1]
e a Thiaminose[2] eram utilizadas pelos jogadores de futebol (ampola +
seringa = injetável), em busca da elevação da resistência aeróbia dos atletas,
ou seja, corriam mais e cansavam pouco. Assim, acreditavam, elevavam o nível de
suas habilidades com resultado direto no jogo.
Lembro
que tomávamos Cebion C (pó + água = "suquinho") que equivale aos
repositores energéticos de hoje. Não mantém relação com esteróides ou ganhos
exorbitantes de força e massa muscular. Mas hoje me parece que era doping do
mesmo jeito, com o atenuante de que, em nosso caso, não havia efeito colateral,
compartilhamento de agulhas - na pior hipótese escapávamos de uma gripe e
ilusoriamente melhorávamos nosso jogo. Talvez um efeito placebo.
http://www.quebreosilencio.com.br/caravana/ |
Claro
que, sem refletir e sem debate sobre o que é doping, ainda hoje um tema
delicado, buscávamos, ser mais do que éramos. Agradeço muito que nossos
técnicos eram responsáveis e nunca nos passaram qualquer tipo de anabolizante
ou droga e fico feliz porque dos atletas de minha idade que conheci e vivi em
nossa Bagé, não tenho conhecimento do uso de anabolizantes. Ganhamos e perdemos
com nossos corpos, com nossas habilidades e fragilidades e com o efeito placebo
do Cebion C+ - lembro-me de comprarmos e tomarmos o tal Cebion C+, sem
esconder, sem imaginarmos que buscávamos elevar nossa resistência de forma
artificial.
Parece-me que era um remédio para estados gripais e poderia ser
equivalente a maltodextrina, Gatorade: um repositor energético, porém menos
eficaz.
Isso esta correndo com jogadores de futebol dos anos 1960, 1970 e
1980. Infelizmente, para estes, o uso e compartilhamento de seringas de vidro,
má esterilização, um vírus desconhecido e o resultado são muitas mortes pelo
país, consequência da Hepatite C e escancaradas no RS por Zero Hora nesse domingo
(ZERO HORA | 19 de maio de 2013 | N° 17437
| HEPATITE C: Dos onze, sobram três).
Sei que doping é um tema delicado e concomitantemente importante
porque, em algum momento, queremos superar nossos limites. Em algum momento
qualquer coisa pode ajudar a elevar o nível e valorizar nossos treinos. A linha
tênue da ética esportiva esta prestes a ser quebrada nesses momentos. Busca-se
ser melhor que o grandalhão do outro lado e o caminho é a fraude, tendo êxito
ou não. Busca-se por algo que não é nosso. E assim começa o doping. Os que não
acreditavam nisso, na superação independente dos meios, estão vivos. Os que
aceitavam pacificamente e não averiguaram os efeitos daquele ritual e
negligenciaram os necessários cuidados com as próprias vidas, a hepatite C já
levou ou esta quase recolhendo.
O engraçado nisso é que não teríamos mais uma opção de debate
sobre o doping se o efeito não fosse devastador. Teríamos, mais uma vez, o silêncio
hipócrita de nossa sociedade, onde muitos sabiam da busca da vitória a qualquer
preço, mas não utilizam a experiência para educar nossos jovens.
Hoje o basquete não é mais ingênuo. É de se lamentar isso. Hoje os
anabolizantes estão nos vestiários, nos torneios e campeonatos sabe-se quem são
os usuários pelo ganho rápido e excessivo de massa muscular. E agora essa
galera é denominada de jovens com perfil atlético, ou seja, atletas
privilegiados geneticamente, altos fortes e com “facilidade” para desenvolver massa muscular. Mas eu
desconheço, no Brasil, seleção de atleta de basquete por biótipo, qualidade da
alimentação e exames de falanges distais. Acontece ao acaso: o grandão que quer
jogar vai para o volei ou para o basquete. E ele precisa de massa muscular.
Como fazer esse milagre?
Dessa maneira, enquanto o cara não cai em um exame antidoping, ele
é deus. Mas quando cai, ele conhece o inferno e, geralmente, é uma queda solitária.
Enquanto isso não ocorrer, lhe dê bomba. A hipocrisia reina da mesma forma que
a maconha circula nos ambientes esportivos como "relaxante",
esquecendo-se de mencionar o ciclo criminoso que o "coitadinho" do
usuário patrocina e do efeito nas gerações futuras que veem aquilo e passam a
acreditar que é o correto.
Novamente agradeço por meu filho sonhar e lutar para ser jogador
de basquete, mas refugar todas as ofertas insanas de ganhar força e massa
rapidamente - já seria um atleta fisicamente destacado se tivesse cedido às
primeiras ofertas e se, quando nos perguntou, disséssemos que poderia fazê-lo.
Orientamos e ele sobrevive, abaixo de pancadas, mas encarando os adversários
com sua própria constituição física e habilidade técnica.
http://www.quebreosilencio.com.br/index.php/diagnostico/ |
No futebol do passado, as orientações de enfermeiros disseminaram
a Hepatite C, causando mortes mais pela ignorância (de ignorar o quão mortal é
a doença) e medo do preconceito ("é doença de gay, é coisa de alcoólatra”)
do que pelo efeito mortal a curto e médio prazo – normalmente o vírus fica
incubado por até quatro décadas, por isso as mortes estão correndo nos últimos anos.
Se o leitor jogou futebol ou conhece alguém que jogou nesse período, indique a busca por exames que podem detectar e podem levar a cura de uma doença mortal.
Quer saber mais? Clique nos links dessa postagem ou visite a página que criamos para informar sobre a Hepatite C
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[1] GLUCOENERGAN era uma injeção intravenosa, misturada com Fostimól ou Energisan e servia como estimulante para os jogadores.
[2] THIAMINOSE é uma solução glicosada hiperosmótica contendo Vitamina C e Vitamina B1. A indicação principal é como energético e a indicação complementar é como auxiliar no tratamento das doenças infecciosas dos estados de sensibilidade e debilidade orgânica. Também utilizada na prevenção e tratamento das intoxicações hepáticas.
[2] THIAMINOSE é uma solução glicosada hiperosmótica contendo Vitamina C e Vitamina B1. A indicação principal é como energético e a indicação complementar é como auxiliar no tratamento das doenças infecciosas dos estados de sensibilidade e debilidade orgânica. Também utilizada na prevenção e tratamento das intoxicações hepáticas.
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Fonte: hepatite