Um
telefonema. Um convite irresistível: voltar a dirigir um time de basquete e,
dessa vez, na LNB. Qual reação vai ter o convidado? Bem, tratando-se de Walter
Roese, apaixonado pelo basquete, óbvio que seria um sim.
Mas Walter Roese não
mora no Brasil. E o nosso esporte, lamentavelmente, se desfaz das pessoas com o
estalar dos dedos. Mesmo assim, Walter arrisca, vende imóvel, armazena móveis
em um depósito e muda-se para o Brasil com a família. Menos de uma semana antes
da viagem, a surpresa: Walter informa via facebook que não está mais ligado ao
projeto do Fluminense por não ter sido mais contatado nem obter resposta aos
seus contatos. E o pior, ainda não aconteceu: o Fluminense foi desligado,
oficialmente, do NBB 2013/2014 na noite de segunda-feira (12/08/2013) por não
cumprir com as exigências da Liga Nacional de Basquete.
Roese, no comando da Seleção Sub-18 em 2009: derrota por 3 pontos para os EUA. |
Mais
do que querer crucificar o Fluminense, que fez anuncio na mídia da contratação
de Walter Roese, quero falar do que fazemos, enquanto dirigentes, com a vida
das pessoas que movimentam o esporte em nossos clubes: atletas e comissões
técnicas.
Hoje
o Walter serve de exemplo disso, mas são fatos corriqueiros em nosso basquete: o amadorismo reinante precisa ser enterrado. Nunca vamos ter um basquete forte, verdadeiramente, protagonista no cenário mundial se não mudarmos a forma de agirmos. Como podemos querer que os atletas honrem com seus compromissos quando não cumprimos com a nossa parte de formadores e educadores? O basquete, o esporte em si, não é apenas um negócio.
Felizmente,
na última quinta-feira (22/08/2013) fui informado que Walter Roese vai
dirigir o Joinville Basquete em competições regionais e brasileiras nessa
temporada (Campeonato Estadual, JASC e SulBrasileiro). Atletas sem espaço no mercado terão uma oportunidade de evoluírem e
de qualificarem seu jogo para possam buscar novos espaços no NBB, ainda nessa ou mesmo na próxima
temporada. Alguém dúvida da capacidade de Walter Roese como técnico de
basquete, como formador de jogadores? Inúmeros brasileiros usufruíram do estudo nos EUA graças a ajuda de Roese, eu mesmo mandei um jovem para lá que voltou formado e hoje joga no NBB. E, assim, algumas dezenas tiveram a oportunidade de terem uma formação diferenciada e até jogar na NBA, caso do Babby. Além disso, Roese continua prestigiado junto aos organizadores do Torneio da Nike que reúne times latino-americanos e dos quais é técnico há, pelo menos, 3 edições.
Por isso, creio que estamos vendo o soerguimento do basquete de Joinville
através de uma figura tão carismática como foi Alerto Bial em sua passagem por
Santa Catarina. Só o tempo confirmará isso... De minha parte, fico na torcida pelo sucesso do basquete joinvillense.
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