Sérgio Pacheco, exemplo de pessoa e profissional |
No esporte não apenas os atletas fazem história e são importantes, os técnicos e árbitros também marcam gerações do esporte. Quem não se lembra de Dick Bavetta, o árbitro da NBA que mais apitou jogos na história da liga e se retirou após 39 anos de serviços. Pois bem, aqui em nosso país temos um árbitro que é uma personalidade do basquete, e que com certeza deve entrar para a história do esporte, estou falando de Sérgio Pacheco.
Para quem não conhece, Pacheco é o árbitro mais conhecido de nosso país, já atua no esporte a um bom tempo e é excelente profissional, tive a oportunidade de lhe fazer uma entrevista pela internet e trago a vocês a nossa conversa.
Mais Basquete: Fale um pouco sobre a sua carreira.
Sérgio Pacheco: Comecei a jogar basquete no Circulo Militar de Campinas, mais tarde me transferindo para o Tênis Clube de Campinas e depois Clube Campineiro de Regatas e Natação. Nessa época também comecei com as artes marciais, Karatê, Kung Fu, Boxe (Vice Campeão Paulista) e Tae Kwon Do, onde foi Campeão Brasileiro e Sul Americano. Aos dezesseis anos me transferiu para o Esporte Clube Palmeiras, vindo depois a jogar no Esporte Clube Pinheiros até a categoria adulta (profissional). Em 1988 cursei o Curso de arbitragem da Federação Paulista de Basketball e em 1996 me tornei árbitro Internacional de Basquete.
Mais Basquete: Como entrasses no mundo do basquete e porque escolhesses ser árbitro?
Sérgio Pacheco: Quando parei de jogar basquete, para não ficar longe das quadras e do meio, eu resolvi fazer um curso de arbitragem. Comecei como mesário, e de tanto me encherem... (kkkk), fui para quadra, mas jamais pensei que a minha vida profissional como árbitro, fosse ser muito melhor do que a de jogador.
Mais Basquete: Qual o jogo mais importante em que atuasses e qual que mais te marcou?
Sérgio Pacheco: Não houve um jogo mais importante. Todos os jogos são importantes, depende muito do ponto de relação de importância que fazemos.
Lógico que apitar duas finais mundiais foi muito especial, mas também fazer um Vasco e Flamengo, final de primeiro turno carioca, vinte e duas mil pessoas no antigo Maracanãzinho foi muito importante, uma vez que ambos os times eram os dois melhores times do Brasil. O Vasco voltando de Mac Donald Open em Paris, onde acabará de jogar contra o Santo Antônio Suprs. O time inteiro era o ex-time de Franca com Chuí, Fernando Menutti, Demetrius, Vargas, Rogério, etc., no melhor das suas fases. Já o Flamengo com Oscar, recém-chegado da Itália, Cai, Rato, Robin Davis, Pipoca, etc., no melhor das suas carreiras. Pela primeira vez na televisão, a Emissora ESPN ia usar 18 câmaras em jogo de basquete... Mas Madison Square Garden, com quarenta e quatro mil pessoas, U.S.A. X Porto Rico, e nos Estados Unidos jogando com Irveson, Vicent Cart, Tim Duncan, Jason Kid, Elton Brand, etc., etc... Como a semifinal do Paulista, entre Franca e Barueri, Franca com aquele time de cima antes de irem pro Rio, e Barueri com Oscar e companhia, e o primeiro jogo da serie Barueri ganha dentro de franca, e Oscar fez mais de cinquenta pontos, a grande maioria no segundo tempo. Como pelo paulista Piracicaba X Ponte Preta, de um lado Magic Paula, e do outro a rainha Hortência... E outros desafios... difícil de dizer.
Mais Basquete: Se souberes, quantos campeonatos apitasses e qual mais te marcou.
Sérgio Pacheco: Convocado para um Torneio Amistoso em Sidney, Melbourne e Adelaide, com as Seleções femininas da Austrália, Rússia, Japão e Brasil. Foi ao seu primeiro Campeonato Mundial feminino Juvenil, em 1997 , Natal – Brasil. Viajou com a Seleção Feminina Adulta Brasileira, para uma fase de preparação em Portugal e Espanha em 1998. Convocado pela FIBA para o Campeonato Mundial Adulto Feminino em 1998, realizado nas cidades de Munster, Wuppertal, Karlsruhe, Rotenburg, Dessau, Bremen e Berlin –Alemanha. Convocado pela COPABA para o Centro Americano como Árbitro neutro, realizado em Maracaibo – Venezuela. Foi ao Pan Americano Inter Clube em General Pico – Argentina. Participou das fases do Sul Americano de Times em Mar Del Plata, Bolívia, Paraguai. Convocado pela COPABA para o Pan Americano de Seleções, em 1999, Winnipeg – Canadá. Foi à Copa América Sub – 21, (classificatório para o Mundial da categoria) Ribeirão Preto – Brasil. Convocado para a Copa América Adulta Masculina, (classificatória para o mundial da categoria) , na Patagônia – Argentina. Participou do jogo Amistoso entre os times dos astros OSCAR X MAGIC JHONSON. Foi a Copa 500 ANOS, realizada no Rio de Janeiro, com as Seleções Adultas masculinas da Argentina, Brasil, Portugal, Rússia, e Grécia. Convidado pela NBA para dar um Curso para a Seleção Norte Americana Masculina Adulta, como preparação para os Jogos Pré Olímpicos. Apitou um amistoso no MADISON SQUARE GARDEN entre as Seleções adultas do USA X PORTO RICO. Apitou a final do SUPER FOUR em Buenos Aires, em que participaram as Seleções Adultas Masculinas da Lituânia, Argentina, Porto Rico e Brasil. Convocado pela FIBA para o Goodwill Games em Brisbane – Austrália. Convocado para o Sul Americano de Seleções Adultas Masculinas, classificatórias para o Pré Olímpico, e Pan Americano de Seleções. Campeonato realizado em Montevideo – Uruguai. Arbitrou a pedido do jogador Oscar, o último jogo do ídolo, (jogo despedida), realizado em Brasília entre os “AMIGOS DO JOGADOR”. Convocado pela FIBA para o Campeonato Mundial Sub – 21, Argentina, onde arbitrou a semi final entre Austrália X Lituânia. Convocado pela FIBA para o Campeonato Mundial Inter Clubes Adulto Masculino, Rússia. Convocado pela FIBA para o Campeonato Mundial feminino Adulto de Seleções em São Paulo, onde arbitrou a final entre as seleções da Austrália X Rússia. Convidado pelo COB para carregar a TOCHA DOS JOGOS PANAMERICANOS na data de sete de Julho de 2007, quando a mesma passou pela cidade de Campinas. Convidado pela PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS, para participar no MURAL COMEMORATIVO DOS ESPORTISTAS CAMPINEIROS QUE DEFENDERAM O PAÍS, como história da cidade. Convocado pela FIBA para os Jogos PAN-AMERICANOS BRASILEIROS, que foram realizados na cidade do Rio de Janeiro. Convocado pela FIBA para o MUNDIAL DA UNIVERSIADE, em Agosto de 2007 em Bangkok, onde arbitrou a Final masculina entre as seleções da Lituânia X Rússia. Convocado pela FIBAAMERICA para o Centro Americano de Seleções, como árbitro neutro, no México em Cancun 2008. Convocado em 2009 pela FIBA para o MUNDIAL UNIVERSITÁRIO na Sérvia, Belgrado, onde arbitrou a semifinal USA X RUSSIA. Árbitro Revelação da Federação Paulista no ano de 1995. Melhor árbitro da federação paulista em 2005 e 2010. Melhor árbitro da Liga Profissional Brasileira (Novo Basket Brasil) em 2009, 2010,2011, 2012 e 2014.
Mais Basquete: Como é a relação com os atletas fora das quadras?
Sérgio Pacheco: Não existe nenhuma objeção. Quadra e jogo, fora dela somos amigos, quando viajamos para torneios internacionais em que não apito jogo do Brasil, jogamos baralho, comemos juntos. Tem que saber separar, e sempre fiz bem isso.
Mais Basquete: A arbitragem do mundial foi criticada por comentaristas, como árbitro e especialista no assunto, o que achasses da arbitragem do
mundial? E como avalias esse sistema de arbitragem em trio?
Sérgio Pacheco: Acho que e um dos esportes mais difíceis de serem arbitrados. Quando você tem uma competição tão pequena, fica muito difícil padronizar tantos árbitros diferentes, um de cada região do mundo, muitos novos, muitos com a mesma vontade de apitar, apitar, apitar, exatamente como eu quando comecei... Como já estive lá, varias vezes, sei o que estou falando. Quanto à arbitragem em três juízes, isso só melhorou o campo de visão e responsabilidade de cada um... basketball moderno.
Mais Basquete: Como torcedor, como avalias o nosso desempenho?
Sérgio Pacheco: Bem melhor do que nos últimos anos. O que todo mundo esquece é que fomos disputar um Campeonato Mundial, onde não existe mais ninguém bobo... não fomos disputar o torneio no navio de solteiros contra separados...
Mais Basquete: Como é a relação com os atletas fora das quadras?
Sérgio Pacheco: Não existe nenhuma objeção. Quadra e jogo, fora dela somos amigos, quando viajamos para torneios internacionais em que não apito jogo do Brasil, jogamos baralho, comemos juntos. Tem que saber separar, e sempre fiz bem isso.
Mais Basquete: A arbitragem do mundial foi criticada por comentaristas, como árbitro e especialista no assunto, o que achasses da arbitragem do
mundial? E como avalias esse sistema de arbitragem em trio?
Sérgio Pacheco: Acho que e um dos esportes mais difíceis de serem arbitrados. Quando você tem uma competição tão pequena, fica muito difícil padronizar tantos árbitros diferentes, um de cada região do mundo, muitos novos, muitos com a mesma vontade de apitar, apitar, apitar, exatamente como eu quando comecei... Como já estive lá, varias vezes, sei o que estou falando. Quanto à arbitragem em três juízes, isso só melhorou o campo de visão e responsabilidade de cada um... basketball moderno.
Mais Basquete: Como torcedor, como avalias o nosso desempenho?
Sérgio Pacheco: Bem melhor do que nos últimos anos. O que todo mundo esquece é que fomos disputar um Campeonato Mundial, onde não existe mais ninguém bobo... não fomos disputar o torneio no navio de solteiros contra separados...
Mais Basquete: Acreditas que a arbitragem em nosso país atua em alto nível?
Sérgio Pacheco: Sem sombras de duvida, uma das melhores do mundo. Ainda temos sorte que conseguimos renovar sem paradas... ou seja, Gilson Mini, Lapoiam, Righetto, Affini, Zé de Oliveira, Vinhaes, Fontana, Piovesan, Pelissari, Renatinho, Pacheco, Cristiano, Benito, as mulheres, Tatiana, Fatima, Andrea...
Sérgio Pacheco: Sem sombras de duvida, uma das melhores do mundo. Ainda temos sorte que conseguimos renovar sem paradas... ou seja, Gilson Mini, Lapoiam, Righetto, Affini, Zé de Oliveira, Vinhaes, Fontana, Piovesan, Pelissari, Renatinho, Pacheco, Cristiano, Benito, as mulheres, Tatiana, Fatima, Andrea...
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Sérgio Pacheco: Através do esporte e educação, temos a oportunidade de fazer do homem do amanha, formar uma personalidade voltada para vida saudável, característica do homem de bem. O tempo ocupado com estudo e atividades físicas tira o ócio e tempo desprovido de boas atitudes, acabando operando na vida fácil e porta aberta para o descaminho.
A sociedade está carente de atitudes políticas voltadas para esse lado, onde as escolas integrais no estilo das “American high scholl”, fazem do ensino moderno, uma nova atitude de vida para os jovens. Foi na educação e no esporte, que eu me encontrei e consegui formar uma personalidade com pensamentos distintos e coerentes sempre pensando no bem, e na saúde
Sérgio Pacheco: Através do esporte e educação, temos a oportunidade de fazer do homem do amanha, formar uma personalidade voltada para vida saudável, característica do homem de bem. O tempo ocupado com estudo e atividades físicas tira o ócio e tempo desprovido de boas atitudes, acabando operando na vida fácil e porta aberta para o descaminho.
A sociedade está carente de atitudes políticas voltadas para esse lado, onde as escolas integrais no estilo das “American high scholl”, fazem do ensino moderno, uma nova atitude de vida para os jovens. Foi na educação e no esporte, que eu me encontrei e consegui formar uma personalidade com pensamentos distintos e coerentes sempre pensando no bem, e na saúde
Pessoas como Pacheco que marcam a história do esporte, esses devem ser aqueles exemplos a serem sempre lembrados para as novas gerações, pois é um exemplo de caráter, profissionalismo e humildade. Agradeço a oportunidade de te-lo entrevistado e conhecido mais sobre você, deixo aqui minha alegria como admirador e fã do seu trabalho.
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