Desde o começo mostrou potencial |
A nossa série lembra hoje a trajetória de um dos grandes ala/pivôs da história, Karl Malone, o Mailman (carteiro), um dos grandes jogadores que terminou a carreira sem vencer um título da NBA e marcou os anos 90 com seu estilo de jogo.
Malone é o nono filho da família, nasceu e foi criado na Louisiana, e trabalhou muito em fazendas quando ainda criança. No ensino médio estudou e jogou basquete em Summerfield, onde liderou a sua equipe a três títulos consecutivos da Louisiana Classe C. Embora tenha sido recrutado por Arkansas, optou por assinar com a Universidade de Louisiana Tech, que era mais perto de sua casa. Ele juntou-se a equipe apenas em seu segundo ano, já que tinha as médias muito baixas para ser elegível como calouro. Em sua segunda temporada, Malone teve médias de 18.7 pontos e 9.3 rebotes, levando a universidade pela primeira vez ao torneio da NCAA, sendo eliminada no Sweet 16. Em todas as suas três temporadas, o ala/pivô foi selecionado All-Southland.
A carreira da NBA começou em 1985, quando foi selecionado como a 13° escolha do Draft, para a surpresa de Malone que esperava uma seleção pelos Mavericks (8° escolha), e já tinha alugado um apartamento em Dallas. Em sua temporada de estréia, obteve médias de 14.9 pontos e 8.9 rebotes, sendo o terceiro colocado no prêmio de novato do ano e eleito para o All Rookie Team. Já na sua segunda temporada, Malone tornou-se o líder em pontos e rebotes da equipe, com 21.7 pontos e 10.4 rebotes de média, sendo que em 24 dos 29 jogos entre janeiro e fevereiro, foi o cestinha. Na temporada de 1987/88 Malone foi a força ofensiva e John Stockton o general da quadra, nesse mesmo ano Malone foi ao seu primeiro, dos 14 consecutivos, All Star Game e eleito para a All NBA Team e Malone liderou o Jazz até as finais de conferência, quando perderam para o Lakers no jogo 7, em todos os playoffs, Malone registrou médias de 29.7 pontos e 11.8 rebotes.
Sua força física era absurda |
As duas temporadas seguintes Malone melhorou ainda mais em pontuação, ficando atrás apenas de Michael Jordan em média, infelizmente perdeu na primeira rodada dos Playoffs nesses dois anos. Malone continuo sendo o líder da equipe, e sempre em evolução, e seus colegas seguiram o seu ritmo, tanto que na temporada de 1992 a franquia chegou pela primeira vez na história a uma final de conferência, perdendo para o Portland Trail Blazzers. Através dos anos 90 Malone sempre foi obtendo médias de duplo-duplo e ajudando o Jazz a chegar longe, foi campeão olímpico em 1992 no Dream Team mesmo jogando com Magic Johnson a quem ele se oporá a enfrentar por ter sido diagnosticado com AIDS. Em 1993 jogou e começou todas as 82 partidas da temporada, e ajudou o Jazz a chegar novamente as finais da conferência oeste pela segunda vez, e sendo novamente eliminado, para os Rockets.
A temporada de 1994/95 marcou a história da franquia, foi a primeira vez que venceram 60 jogos na temporada regular, mas infelizmente perderam novamente para os Rockets nos playoffs. A temporada de 1996 foi uma das melhores de sua carreira, ao retornar de mais uma medalha de ouro olímpico, Malone foi o MVP da temporada e levou o Jazz as finais da NBA, a primeira de duas consecutivas. O único problema é que mesmo com os melhores recordes da liga, e com a vantagem de decidir em casa, enfrentou o Bulls de Michael Jordan nas finais e perdeu as duas. Malone continou no Utah Jazz até a temporada 2002/2003, quando passou Wilt Chamberlain e tornou-se o segundo maior cestinha da história da liga, ao fim da temporada tornou-se agente livre e seu companheiro John Stockton se aposentou. No Jazz, Malone liderou a equipe a várias temporadas com 50 ou mais vitórias (exceto 1992/93) e junto com Stockton formaram um pick and roll perfeito, e formaram uma das combinações mais eficientes entre armador e ala.
Última chance de ganhar um anel |
Em sua última temporada foi para os Lakers, em uma tentativa de vencer um campeonato da NBA, juntamente com Gary Payton com a mesma intenção, Kobe e Shaq, formaram uma equipe favoritíssima a ganhar a NBA. Infelizmente Malone machucou o joelhou e ficou 39 jogos de molho, mesmo assim os Lakers foram aos playoffs e chegaram até as finais, mas surpreendentemente perderam para o Detroit Pistons. Após essa temporada Kobe pediu para que Malone não voltasse, especulou-se uma assinatura com Knicks ou Spurs, mas no dia 13 de fevereiro de 2005 o astro decidiu parar.
Malone aposentou-se sem vencer a NBA, mas com médias de 25.0 pontos, 10.1 rebotes e 3.5 assistências, 2 x MVP, 14 x All Star, 2 x All Star Game MVP, 11 x All NBA First Team, 3 x All Defensive First Team, líder de todos os tempos do Utah Jazz em pontuação, tem o número 32 aposentado pela franquia e é um dos 50 melhores jogadores de todos os tempos.
O ala/pivô faz parte de um seleto grupo, infelizmente, de grandes astros que não foram campeões da NBA, mas isso não muda a sua grandeza, ele é com certeza um dos melhores da história. Dominou a sua posição por anos, se destacou e jogou toda a sua carreira em constante evolução, é um dos meus jogadores favoritos e sua enterrada com a mão na nuca é uma marca inesquecível.
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