O mítico Kobe Bryant deixa as quadras amanhã |
Amanhã é o último jogo de Kobe Bryant pelo Los Angeles Lakers, a última vez em que pisará em uma quadra como jogador profissional, seus últimos arremessos, rebotes, assistências, roubos de bola. Última vez que veremos aquele garoto nascido na Filadélfia e que se criou na Itália, fã de Oscar mitando e doutrinando nas quadras, com sua competitividade extrema e qualidade excepcional.
Amanhã é o dia que o basquete perde um mito, uma lenda, um cara que dominou sua geração, que foi o mais excepcional dela e que por 20 anos foi a cara de uma franquia tradicional e vitoriosa. Nesse texto deixo clara a minha admiração e agradecimento a um dos maiores competidores que vi jogar, sou fã incondicional do Bulls e de Michael Jordan, e quando jovem (12, 13 anos) odiava Kobe pelo fato de dizerem que ele seria o novo Jordan, que seria melhor que Jordan. Que idiotice a minha, como Kobe disse: "Não quero ser o novo Michael Jordan, só quero ser Kobe Bryant", mas ele fez mais, foi o Jordan da sua geração como apontam Dirk Nowitzki, Paul George e Derrick Rose.
O que Kobe fez pelo basquete foi grandioso. Assim como Jordan ergueu a NBA, e elevou o seu patamar e do basquete, Kobe também o fez. Ele foi o cara que fez o basquetebol crescer na ásia, a admiração da população do povo oriental pelo Mamba é imensa, ele é um dos caras mais populares na China, 76% da população sabe quem ele é, quase 1 bilhão de pessoas. Parece estranho, mas graças a seus patrocinadores e suas visitas anuais a China, ele é muito mais popular lá do que em seu próprio país. Após seu anúncio de aposentadoria, seu rosto foi desenhando na neve por alguns fãs em uma universidade chinesa. Além disso, a sua camiseta é a mais vendida na China a uma década.
Kobe tornou o esporte ainda mais difundido, conseguindo torná-lo ainda mais global. Ele foi um cara comercial, tudo com ele era vendável, tênis, jogos de vídeo game, figuras de ação, isso também faz parte de sua maravilhosa carreira, a sua capacidade de ser um ícone em outros âmbitos.
Bem aí vão me dizer: mas o Kobe era um cara complicado, tinha problemas com companheiros. Eu entendo, ele teve problemas com Shaq, com Howard, com Tyronn Lue, Semaki Walker, mas tudo por seu alto nível de competitividade, não estou defendendo ninguém, só expondo o que li e os amantes do basquete sabem. Aqui faõ referência a Michael Jordan novamente, ele era conhecido por seu alto nível de intensidade nos treinos e as brigas com companheiros buscando sempre o máximo de cada um, assim como Kobe. O ala dos Lakers não gosta de perder, nunca gostou e sempre exigiu o máximo de todos ao seu redor, no livro Onze Anéis, Phil Jackson faz essa comparação entre os dois e sua competitividade que lhes tornaram os monstros que são.
Kobe era tão competitivo, que dizem que ele resolveu mudar do número 8 para o 24 após a eliminação dos Lakers para o Phoenix Suns na primeira rodada dos Playoffs de 2006. A justificativa seria de que o número 24 significaria trabalhar duro, 24 horas por dia, mesmo número que usará no High School antes de mudar para o 33 em homenagem ao pai. E pasmem, com o número 24 parece que o jogo de Kobe evoluiu, com esse número que ganhou o seu único título de MVP e dois anéis em três finais. Podemos entrar na discussão aqui de qual número aposentar, na minha opinião ambos, não faria sentido ver a camiseta número 8 ou 24 com qualquer outro jogador, por melhor que fosse.
O que pude ver de Kobe foi um jogador dedicado, que foi amado e odiado por muita gente, que amou o jogo mais que qualquer um na sua geração. Ele foi o cara que muitos novos jogadores se espelharam, realmente foi o Jordan da sua geração, foi o cara que ganhou tudo que pode e mostrou todo o seu valor. Para mim foi o segundo melhor jogador da história, quem mais chegou perto de Jordan, quem mais me impressionou depois de MJ, como fã de basquete só posso terminar esse texto agradecendo por tudo que fez pelo basquete e dizendo que ver um jogo do Lakers e não vê-lo em quadra vai doer em mim, imagina para um fã do Lakers.
Obrigado Kobe, minha geração agradece, o baquete agradece.
Comentários