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Como seremos campeões?

 Após o jogo de hoje (BRA 87 x 122 USA) e de ouvir o Alexandar Petrovic dizer que veio treinar a seleção de graça, volto a pensar que precisamos assumir a nossa mediocridade e fazer algo para sair desse buraco que o basquete brasileiro se encontra. A situação do Petrovic é um exemplo de amor ao basquete e devemos agradecê-lo pelo carinho ao Brasil. Mas também devemos ser firmes e dizer: falta de respeito com técnicos, atletas e incompetência administrativa da CBB.

Veja, como a globo trata mal nosso esporte, apesar dele ser parte de seu faturamento.

Minha idéia pode ser resumida em quatro pontos - e é um esboço inicial que pode, e deve, ser lapidada, incluindo diversas áreas do esporte, do marketing ao treinamento propriamente dito. Vamos lá, resumidamente:

Primeiro, massificar o esporte (aumentar o número de praticantes em praças, clubes e ESCOLAS);

Segundo, aplicar uma forma básica de jogo, com formação gerenciada e permanentemente administrada pela CBB. Nesse modelo, acredito que deve ter espaço para as idiossincrasias dos treinadores - aplicar, por exemplo, o sistema de velocidade e eficiência dos EUA com a visão de jogo de cada treinador;

Terceiro, aumentar, aumentar, aumentar o número de jogos escolares e de estaduais federados. Essa gurizada precisa jogar, jogar, jogar. Não falo de torneios com tempos de 4 x 6 minutos, como nos recentes jogos universitários do RS (aqui eles insistem em reduzir o tempo ou fazer a cronometragem sem parar. Como são os jogos escolares em seus estados?);

Quarto, selecionar um grupo grande de atletas em cada categoria, nas 27 unidades da federação e reuní-los duas vezes ao ano, além dos treinos da seleção de sua faixa etária. Deixá-los visualizar que podem representar suas seleções estaduais e sonharem com a brasileira... Isto fez Rebeca Andrade e Júlia Soares, da Ginástica Artística, focarem na possibilidade de concretizarem seus sonhos e focarem no esporte; e

Quinto, não deu certo? Precisamos apoiar o basquete universitário e espaços de práticas para o basquete de lazer; jogar por jogar, algo como dolce far niente (doce arte de não fazer nada),mas no caso, divertindo-se com o que se gosta e no tempo livre. Porque sabemos, quem gosta de basquete, quer continuar jogando e apoiando as novas gerações, mas como fazer isto se não há espaço para interações e confiança no que se deve apoiar?

Este é um plano para 10 anos, 15 anos. Este é um plano para o futuro. Como concretizá-lo? Bem, devemos começar pelo reconhecimento da medíocre forma como conduzem a seleção e a CBB e, como consequência, fazer política para buscar os recursos necessários para implantar um plano a longo prazo. Não precisa ser este, mas tenho fé que podemos avançar na elaboração de um plano para o basquete e na construção de políticas públicas que desenvolvam o esporte no Brasil.

Até que ando seremos espectadores? (Foto publicada no site da @USABasketball)



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