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ainda sonho com um basquete forte

Quando eu conheci o basquete eu só queria atirar a bola na cesta, ver ela passar pelo aro, sentir o som dela na quadra... Logo eu queria vestir a camiseta da seleção, aquele uniforme listrado me encantava e minha equipe também tinha um uniforme listrado, da Adidas, lembro bem dele... Eu tinha um objetivo: aprender a jogar para jogar pela seleção. claro, eu desconhecia a politicagem no esporte e como os atletas do interior são desvalorizados, mesmo com algum talento – eu realmente tinha pouco tempo de quadra e quando me destaquei deixei o que todos chamamos de plano B, mas que deve ser o plano A: os estudos. Minha mãe não me deixou sair de Bagé. E foi justo. Perdi uma oportunidade, mas aprendi a lição.

Mas quero falar dos sonhos. Vi um vídeo da NBA e fiquei pensando nos moleques americanos, sonhando em jogar na NBA. Ver um dos muitos vídeos de Michael Jordan e de Magic Johnson mostra como eles sonhavam em ir para a... Universidade. O sistema de ensino, a segregação racial do passado e a pobreza dos afroamericanos os fazia (ainda faz?) utilizarem o talento esportivo como trampolim para uma vida melhor e se o talento existir concretizam o sonho de jogar na NBA, mas também serão seres humanos muito melhores...
Então, eu me pergunto: com o que o jovem brasileiro apaixonado pelo basquete sonha? Em ser igual ao Carioquinha, como eu fazia? Em arremessar de longe e ouvir o barulho da rede, vestindo aquele uniforme listrado? Sonham com cravadas magníficas? Sonham e passar bolas para o arremesso certeiro do Marcelinho? Ou deixar o Baby livre em um pick and roll? Não, primeiro eles nem sabem os nomes dos jogadores brasileiros e segundo eles sonham em jogar nos estados Unidos e alcançar a mesma fama que Nenê, Leandrinho e Varejão obtiveram ao arriscar muito e conseguirem jogar naquilo que os próprios jogadores da NBA dizem no vídeo: o melhor basquete do mundo!
Pelo menos sonhando com uma vaga na NBA eles são obrigados a estudar e, consequentemente, melhoram sua cultura e abrem o leque para a aquisição de conhecimentos e de outra língua que lhes fará muito bem no futuro.
Mas na análise do que nossos jovens sonham – os sonhos de outra cultura – percebemos como a influência americana é muito grande em nossa cultura e, para concluir isso, não precisa ser gênio nem ler esse blog: isso é óbvio. Eu espero que a vinda dos Jogos Olímpicos para o Brasil mude como o esporte é construído atualmente e nos nossos próximos anos, especialmente o basquete, dê um salto contagiante na quantidade e na qualidade de sua prática. Espero, também, que haja um link entre CBB e CBDU e que o apoio ao basquete universitário crie espaços para um brasileiro universitário de muita qualidade, como ocorre com a NCAA. Talvez assim nossa juventude volte a sonhar com proezas em quadras brasileiras...

Comentários

Max Martins disse…
Caro Coach Carlos,
Concordo contigo. A cultura americana tem uma influência muito grande sobre os nossos jovens, de modo geral.
Um exemplo disso é o apelido que lhe deram: "coach" Carlos.
Porém, penso que o sonho de jogar nos Estados Unidos é saudável, pois sempre sonhamos o melhor para nós e nossos jovens atletas. E, em relação ao basquete, os norte-americanos são a melhor referência.
Outro ponto importante desse post foi a referência à CBDU.
As edições em que participei dos JUB's, eram realizadas em apenas 10 dias. Penso que esses jogos deveriam ser disputados de forma diferente. Em vez de seleções estaduais, as equipes deveriam ser representadas por universidades.
Dessa forma, mais atletas teriam chance de participar e aumentar a experiência em quadra, melhorando seu jogo. Concordo, também, que deveria haver um link entre CBB e CBDU.
Os dirigentes do basquetebol brasileiro ainda têm muito trabalho pela frente para que o seu, o nosso sonho de ter um basquete forte se torne realidade. E, quem sabe, um dia sermos também uma das melhores referências desse esporte no mundo.
Excelente post!!!
Forte abraço
Suzana Gutierrez disse…
Oi Alex

Tem tudo para se ter um basquete universitário muito bom. Eu sou treinadora faz somente 3 anos e meio e já coloquei uma equipe inteira na UFRGS (uns 10 ou 12).
Este ano foram 5.
Só juntar e treinar :)

abraços!

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